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Cães policiais do DF fazem rastreamento de desaparecidos e fugitivos

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Criado há 54 anos, o Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) está constantemente se atualizando. Em outubro do ano passado, a corporação resolveu incluir um novo método de treinamento para que os cães policiais tivessem mais uma habilidade. É a busca por odor específico para rastreamento de pessoas desaparecidas ou homiziadas (em fuga da justiça). A iniciativa foi uma resposta à necessidade da aptidão durante a perseguição ao criminoso Lázaro Barbosa no Entorno, em junho de 2021, após o homem fugir de Ceilândia.

Cão da raça pastor belga malinois demonstra habilidade para o rastreamento de pessoas desaparecidas ou em fuga da justiça | Fotos: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília

“Terminado o caso Lázaro, que inclusive contou com um cão da Polícia Militar de Goiás que mostrou ao efetivo onde ele estaria, vimos a necessidade de trabalhar essa modalidade para que a gente possa atuar em uma situação parecida com mais excelência. Buscamos conhecimento e agora estamos aplicando e treinando muito”, explica o chefe da pasta de busca por odor específico do BPCães, 2º sargento Leandro.

O 2º sargento Leandro explica que o treinamento dos cães foi uma resposta à necessidade da aptidão durante a perseguição ao criminoso Lázaro Barbosa no Entorno

Em outubro do ano passado, uma equipe foi até ao Centro de Treinamento Vale dos Cães, em Jaraguá do Sul (SC), para aprender o método e buscar Sherlock e Fiona, dois cães da raça bloodhound, conhecida pela habilidade de animais farejadores. “Fizemos um curso nessa área, que é busca por odor específico. Buscamos tanto o conhecimento teórico quanto o prático e trouxemos para Brasília para adaptar à nossa realidade”, conta.

Além dos dois bloodhound, Átila, um pastor belga malinois, também já está habilitado exclusivamente para o método. Outros sete cachorros do batalhão foram certificados, mas ainda não atuam, porque também fazem detecção de substâncias e guarda e proteção. A intenção é que, em breve, eles passem a participar das ações.

A prioridade do método é a utilização na busca de criminosos escondidos em áreas de mato. No entanto, também é usado para situações de busca e resgate de pessoas perdidas. “A gente vai começar a atuar até para ser uma forma de treinar os nossos cães para que, quando uma situação real com criminoso acontecer, já estejamos preparados e os cães também para servir à comunidade”, completa.

Animal da raça bloodhound já habilitado exclusivamente para o método: cães são treinados para reconhecer o cheiro da pessoa procurada a partir de objetos

Os cães são treinados para reconhecer o cheiro da pessoa procurada a partir de objetos, que são colocados dentro de um saco para que o odor possa ser transferido. O material é colocado próximo ao focinho dos animais por alguns segundos para que seja detectado. Em seguida, eles são recompensados com brincadeiras ao ficarem quietos para sentir o cheiro e depois partem para a caça. Ao encontrarem o procurado reconhecendo o rastro do odor, eles são recompensados novamente.

Efetivo e treinamento

Com capacidade para 60 cães policiais, o BPCães tem, atualmente, 52. Todos são designados a um policial específico, com quem ficam por cerca de oito anos. Ao todo, o batalhão tem 120 militares, desde condutores de cães a outras funções.

O major Carlos Reis destaca as características dos animais aptos para o serviço: “Tem que ter essa vontade de caçar e de procurar a presa e de fazer a proteção do policial. São impulsos que a gente busca nos filhotes”

Em geral, o efetivo de cães policiais do batalhão é composto por animais da raça pastor belga malinois, considerado um cão versátil e com boa saúde. Os treinamentos começam quando os animais completam três meses de idade.

“O cão policial tem que ter características específicas para o trabalho. Tem que ter impulso muito alto de caça e de presa. Tem que ter essa vontade de caçar e de procurar a presa e de fazer a proteção do policial. São impulsos que a gente busca nos filhotes”, explica o comandante do BPCães, major Carlos Reis.

Além do rastreamento de pessoas, os cães fazem detecção de drogas, armas, munição e explosivos. Para que fiquem aptos para os serviços, os animais são treinados a associar os odores a uma brincadeira. Os cães são apresentados às substâncias por meio de caixas e panos impregnados.

O 3º sargento Botelho explica que os cães farejadores fazem também a detecção de drogas, armas, munição e explosivos

“Tem muita gente que fala que a polícia vicia os cães, mas é uma falácia. O cão em nenhum momento tem contato com a droga ou a substância, mesmo porque iria causar um dano fisiológico. O que a gente faz é associar o odor ao brinquedo. Para ele, é só uma brincadeira”, classifica o condutor de cão de detecção, 3º sargento Botelho.

No caso da detecção de substâncias, os cães podem sentar ou deitar para informar aos policiais a existência de drogas. Logo em seguida, são recompensados com uma brincadeira com bola. Os trabalhos dos cães policiais podem ocorrer nos mais variados locais, como aeroporto, rodoviária, embarcações, edificações e chácaras, ou qualquer área em que as equipes sejam acionadas.

O cabo Israel informa que, no caso da detecção de explosivos, os animais, por segurança, são recompensados com brincadeiras longe dos artefatos

A parte da detecção de explosivos funciona em duas frentes: de forma preventiva em grandes eventos, embaixadas e situações sujeitas a qualquer atentado, e também em situações de objetos suspeitos encontrados na rua. Já o tratamento com os animais também é diferente. Por segurança, eles sentam ou deitam e depois são convidados a voltar até os condutores e apenas longe do artefato são recompensados com brincadeiras.

“Nessa situação, os cães estão preparados para identificar previamente se um artefato é explosivo ou não, evitando o contato humano. Os cães são treinados a irem à frente e sinalizar. Logo, a gente aciona o aparato com esquadrão antibombas”, explica o responsável pela detecção de explosivos do BPCães, cabo Israel.

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