Com 96,7% de votos favoráveis, o Centro de Ensino Fundamental 507 de Samambaia aprovou sua adesão ao projeto Escolas de Gestão Compartilhadas. A decisão foi tomada neste sábado (11), em assembleia constituída por pais, professores e gestores da educação.
A escola, que atende 977 estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, iniciará o ano letivo de 2022 no novo modelo, que será realizado em parceria com o Ministério da Educação (MEC), por meio das Forças Armadas.
O objetivo do projeto é promover a cultura de paz no âmbito escolar. No modelo, os profissionais da educação ficam responsáveis pelo trabalho pedagógico e os da segurança, pela disciplina. Há, ainda, o desenvolvimento de atividades voltadas ao civismo.
A escolha pela gestão compartilhada é um processo democrático. Antes de serem realizadas as votações, os participantes têm acesso, por meio de apresentações, a todos os pontos do projeto. Além disso, é aberta a oportunidade para que pais, responsáveis, estudantes, sindicatos e servidores tirem dúvidas e debatam o assunto
O resultado do “sim” para a gestão compartilhada era esperado por grande parte dos pais e alunos do CEF 507, que percebem a necessidade da implementação. É o caso de Enda dos Santos Lima, mãe da estudante Emily Lima Soares, que vai cursar o 8° ano no ano que vem.
Empolgada com o resultado positivo, a mãe esclarece que é a favor do projeto, pois sabe da violência que persiste na região. “É importante ter mais segurança para as crianças e professores, pois eu tenho medo de mandar minha filha para a escola. Se a gestão compartilhada não fosse aprovada, eu a tiraria daqui”, relata.
A filha Emily também é a favor da proposta, pois sabe que estará em um ambiente escolar mais seguro. “Eu já presenciei casos de indisciplina e violência dentro de sala de aula e isso atrapalha o rendimento nos nossos estudos. Com a aprovação, essas coisas não vão mais acontecer e eu ainda vou querer participar das atividades do projeto”, ressalta a estudante.
Outra mãe que comemorou foi Mara Rúbya Pereira, que tem uma de suas filhas estudando no CEF 507. Mara foi pioneira na busca pela gestão compartilhada na escola da filha, viabilizando assinaturas dos demais pais e conversando com a direção para que houvesse a implementação. “A gente tem que buscar melhorias para a nossa comunidade”, explica a mãe.
Para ela, a votação favorável é um passo para trazer dois elementos essenciais: segurança e disciplina. “O projeto chegou tarde, mas dá uma sensação de alívio saber que ele foi aprovado e, ano que vem, nós, pais, estaremos mais tranquilos em relação à segurança dos filhos. A escola tem casos de violência e ao redor dela também há criminalidade. Além de melhorar esse aspecto, a disciplina ensinada aos alunos será essencial”, ressalta.
A escolha pela gestão compartilhada é um processo democrático. Antes de serem realizadas as votações, os participantes têm acesso, por meio de apresentações, a todos os pontos do projeto. Além disso, é aberta a oportunidade para que pais, responsáveis, estudantes, sindicatos e servidores tirem dúvidas e debatam o assunto. A reunião no CEF 507 começou antes da votação, que ocorreu entre 10h e 12h. O resultado foi divulgado cerca de quarenta minutos depois.
Assim como as demais escolas que já fazem parte da gestão compartilhada, o CEF 507 de Samambaia foi escolhido tendo como critério o Indicador de Vulnerabilidade Escolar (IVE) que abrange dados de vulnerabilidade social, índices de criminalidade, de desenvolvimento humano e da educação básica.
O diretor da escola, Elisson Pereira, ressalta que o projeto traz maior disponibilidade para professores realizarem um trabalho pedagógico com mais qualidade. “O professor se sente refém, cansado e angustiado por ter que lidar com a violência. O fato de termos o apoio das Forças Armadas desonera os professores dessa questão, possibilitando que eles atuem na área que é da competência deles: lecionar”, reforça.
Projeto em andamento
O Centro de Ensino Fundamental 507 de Samambaia é a 14ª escola a fazer parte do projeto. Do total de unidades educacionais que aderiram à proposta, 12 já tiveram a implementação, sendo 4 em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e 6 com a Polícia Militar do DF (PMDF). Em ambos modelos, as normativas são as mesmas e estipuladas pela Secretaria de Segurança Pública (SSPDF), que é a responsável pelo projeto. Já nas outras 2 escolas, a proposta conta com a parceria do Ministério da Educação (MEC), tendo o modelo estipulado pela pasta.
Tanto nas gestões da Secretaria de Segurança Pública do DF quanto nas do Ministério da Educação, o foco é na questão disciplinar. Entretanto, nas em que a SSP atua, as atividades extracurriculares são voltadas para música e esporte; enquanto as do MEC atuam no fortalecimento das matérias ministradas em sala e com atividades cívicas.
Sobre a gestão compartilhada
O Projeto Escolas de Gestão Compartilhada – EGCs, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e com o Ministério da Educação (MEC), teve início em fevereiro de 2019. Destinado a estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio, no total, cerca de 16 mil alunos são atendidos pelo projeto.
A proposta é realizada junto com a comunidade, estimulando a participação dos pais na vida escolar dos seus filhos e auxiliando os professores na condução dos alunos – sem interferência alguma dos policiais no conteúdo ministrado por docentes em sala de aula.
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*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília