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Distrito Federal

Centro de Dança é destaque entre equipamentos do DF

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Neste sábado (29), comemora-se o Dia Internacional da Dança. No Distrito Federal, o Centro de Dança (CD), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), festejou antecipadamente, junto com os eventos que marcaram o aniversário de Brasília, começando na sexta-feira passada (21). Foram 13 horas de atividades, com 21 oficinas e cinco apresentações, tudo gratuito.

O CD demonstrou que as cinco salas do espaço, com 765 metros quadrados, ajudam a colocar a capital federal entre os polos mais importantes da arte. “As pautas [pedidos de utilização] do primeiro semestre de 2023 estão quase esgotadas. Até o momento, há 243 horas semanais de atividades de formação, com diferentes estéticas, modalidades e públicos”, afiança o gerente do equipamento, Júnior Ribeiro.

“Os números mostram que o Centro de Dança é diverso e não há predominância de uma única linguagem. A cada dia, notamos mais possibilidades estéticas que respondem a demandas da população”
Júnior Ribeiro, gerente do Centro de Dança

“O Centro de Dança tem papel fundamental na produção, difusão e socialização da dança em Brasília. Tem dado oportunidade para que diversos profissionais possam desenvolver os trabalhos de pesquisa e produção artística, além de oferecer cursos e oficinas ao público em geral”, detalha a professora do curso de Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília (IFB) Ana Carolina Mendes.

Ribeiro reuniu dados para comprovar a força do espaço. Ele convidou os 447 frequentadores do equipamento, divididos em quase 30 cursos em três turnos, a responder um questionário sobre uso do local. Autodeclarados pretos e pardos formam a maioria do público (52,5%), com pessoas brancas (43,3%) em seguida.

Público

Adultos (82,2%) e mulheres (67,6%) formam o grosso de usuários, cuja residência é majoritariamente no Plano Piloto (24%), ainda que pessoas de 23 regiões administrativas frequentem o local, com destaque para, pela ordem decrescente, Ceilândia (9%), Planaltina (8%) e, empatados (7%), Sobradinho e Samambaia. Balé, dança afro-brasileira, jazz, danças urbanas e do ventre são as modalidades que mais atraem o público. Capoeira e a dança e arte marcial kinomichi, entre outras, também têm boa demanda.

“Os números mostram que o Centro de Dança é diverso e não há predominância de uma única linguagem. A cada dia, notamos mais possibilidades estéticas que respondem a demandas da população”, sintetiza Ribeiro.

Criador do Festival de Teatro Brasileiro e do Movimento Internacional de Dança, Sergio Bacelar endossa a avaliação: “o centro se destaca pela diversidade e abrangência. Temos grupos e pessoas dançando diferentes estilos, de todas as RAs”.

Mercado de trabalho

A licenciatura em Dança no IFB foi criada em 2010 e forma cerca de 30 profissionais por ano. Destina-se à preparação de professores para atuar na educação básica, tanto na rede pública quanto na privada. Mendes, licenciada em arte pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre e doutora em Arte pela Universidade de Brasília (UnB), lembra que, desde 2016, a lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) tornou obrigatório o ensino de dança nas escolas.

“De lá para cá, o mercado de trabalho para o professor de dança em Brasília está em expansão. Os últimos concursos para profissionais temporários da Secretaria de Educação abriram vagas específicas para essa especialidade”, explica Mendes. “Para além dos postos de trabalho na área pública, as escolas particulares e academias também representam espaços para inserção deste profissional”, incentiva a docente.

“Os profissionais da Dança do DF têm tido, cada vez mais, oportunidades de profissionalização e troca com coreógrafos brasileiros e estrangeiros. Essas vivências continuadas vêm aprofundando as pesquisas, qualificando as criações e ampliando os diálogos nacionais e internacionais. O Centro de Dança participa disso”, testemunha Sergio Bacelar.

Inclusão

O Centro de Dança também promove inclusão. O coreógrafo Wesley Messias trabalha há 25 anos com o projeto “Tribo Cadeirantes”, que promove a participação dos bailarinos cadeirantes em projetos culturais, eventos corporativos, shows e videoclipes, possibilitando a inserção profissional de Pessoas com Deficiência (PCDs) no mercado artístico. Ele também utiliza o espaço da Secec para esse trabalho.

“A dança é para todos, e seu poder da transformação vai além dos aspectos físicos e emocionais. É ferramenta no processo de superação e autoaceitação para que as pessoas se mantenham motivadas a lutar por seus objetivos e sonhos”, acredita o coreógrafo, que tem formação prática adquirida em viagens a vários países.

Cadeirante, o jovem modelo e atleta Mateus Moreira participou de uma aula experimental no Centro de Dança no dia seguinte ao aniversário de Brasília (22). “Fiquei feliz, adoro dançar, faz bem para a autoestima, para o bem-estar”, disse.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF

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