O Governo do Distrito Federal (GDF) está combatendo a instalação de moradias precárias e o acúmulo de resíduos sólidos nas ruas das cidades. Quatro pontos na Região Administrativa de Águas Claras foram vistoriados nesta semana. A ação resultou na remoção de 22 m³ de materiais inservíveis e na abordagem de 11 pessoas em situação de rua. Apenas duas manifestaram interesse pelo acolhimento institucional.
O trabalho contou com a participação de servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), DF Legal, forças de segurança e da administração regional. O trabalho foi realizado em duas frentes: a equipe da Unidade de Proteção Social (UPS 24h) da Sedes realizou o atendimento socioassistencial das pessoas em situação de rua, enquanto o DF Legal fez a retirada dos materiais recicláveis e inservíveis acumulados em vias públicas.
Para ações de remoção como essa, a Sedes destaca equipes que trabalham com o estabelecimento de vínculos e a oferta dos serviços públicos. “Os nossos servidores atuam diariamente pelas ruas de todo o Distrito Federal, buscando compreender a realidade e as necessidades daquelas pessoas que estão em situação de rua. Durante uma abordagem são ofertados os serviços, programas e benefícios sociais do governo, de forma que, a partir deles, elas cheguem à conclusão de que podem seguir outros caminhos”, explicou Jean Rates, coordenador de Proteção Social Especial da Sedes, Jean Rates.
Rates explicou ainda que as equipes são aptas a fazer uma mediação caso alguma pessoa ou família demande atendimento socioassistencial imediato. “Neste momento colocamos à disposição as nossas vagas do acolhimento institucional, pois outros atendimentos já foram prestados em outros momentos, e no dia da operação não é esse o foco”.
Ao todo, foram removidas três barracas – uma delas precisou ser descartada por estar suja com fezes –, onde estavam 11 moradores em situação de rua e nove cachorros. Apenas um casal aceitou ir para uma Casa de Passagem. As demais pessoas tomaram destino próprio, como a residência de familiares.
Águas Claras tem sido alvo constante de ações conjuntas de órgãos do GDF. A região é muito visada por catadores de recicláveis, que levam o material para as vias públicas e lá fazem a separação do que pode ser vendido. O que sobra acaba ficando espalhado pelo chão.
Muita gente também se instala na área porque fica mais fácil receber doações por parte de moradores, sensibilizados pelo fato de existirem crianças no local, e de organizações não governamentais. Atualmente, cerca de 2.260 pessoas estão em situação de rua no DF.
“De forma integrada com outros órgãos e entidades do GDF e algumas instituições parceiras, estamos tomando todas as medidas necessárias para que essa situação seja solucionada, visando a dignidade humana, o bem-estar e a reintegração social de todos. É uma situação social complexa e delicada”, afirma o administrador de Águas Claras, André Queiroz.
Acompanhamento contínuo
A Sedes realiza o acompanhamento contínuo, permanente e sistemático de pessoas em situação de vulnerabilidade (moradores de rua). A secretaria não trabalha na retirada das pessoas e nem no convencimento de que elas devam sair das ruas. Entretanto, acompanha operações do DF Legal caso seja necessário atendimento socioassistencial imediato.
O órgão faz um levantamento das informações das pessoas, individualmente, ou das famílias que estão em um determinado local, antes mesmo que qualquer operação possa a vir a ser pensada.
As 28 equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social, que atuam em todo o DF, apresentam a política socioassistencial, além de seus benefícios, auxílios, programas e serviços. No primeiro trimestre de 2021, foram atendidas 4.133 pessoas.
Encaminhamentos
Nesses levantamentos, as equipes também oferecem acesso à documentação civil pública e encaminham para acolhimento institucional, para unidades da Sedes como os Cras e os Creas e até para outras secretarias como a da Saúde.
O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) realizam a proteção social básica e a proteção social especial às famílias ou indivíduos.
O Cras é responsável pela prevenção de situações de vulnerabilidade ou de risco social. Já o Creas trata das consequências e acompanha as famílias e indivíduos que sofrem violação dos direitos ou que estão vivendo situação de violência.
Fonte: Agência Brasília