O Distrito Federal conta com mais de 100 espécies diferentes de árvores. Só no Plano Piloto, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) contabiliza mais de 1,5 milhão. Essa vasta arborização da cidade tem muitos benefícios, mas também causa algumas adversidades, corrigidas com as podas. A retirada de galhos mortos tem o objetivo de reduzir riscos, aumentar a penetração de luz e liberar a passagem de pedestres nas vias.
Desde a publicação do Decreto nº 39.469/2018, a manutenção da arborização do DF é de responsabilidade da Novacap, que faz as podas a partir de um contrato com cinco empresas selecionadas por meio de pregão eletrônico.
O GDF orienta a população a não plantar em área pública. O plantio e manutenção da arborização deve ser feita apenas pela Novacap
Ao todo, são 40 equipes, compostas por operadores de motosserra e motopoda, auxiliares de limpeza, técnico agrícola, engenheiros e encarregado de equipe, totalizando mais de 500 funcionários. Eles atuam em ações feitas nas 33 regiões administrativas subdivididas em dez áreas.
Intervenção
O serviço funciona tanto para atender demandas da população feitas pela Ouvidoria (por meio do telefone 162) e das administrações regionais quanto a partir das próprias vistorias preventivas da Novacap. “Fazemos uma avaliação e, se for necessário, a intervenção é feita de forma técnica e partindo do princípio de interferência mínima”, explica o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Silva.
A avaliação consiste na análise da saúde da árvore, conferindo se há situações como rachaduras no tronco e fungo na base, e também nos riscos para a comunidade, como a queda de galhos. “A questão da poda é muito difícil. Alguns querem um maior tipo de intervenção e outros, não. Seguimos um padrão. Toda poda nossa tem uma triagem, em que o técnico vai ao local e analisa o grau de necessidade do atendimento”, afirma.
É importante frisar que a população não é autorizada a fazer poda nem a contratar empresas terceirizadas para o serviço em área verde pública”
Raimundo Silva, chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap
Em 2021, a Novacap realizou 103 mil intervenções desse tipo, e 10 mil árvores que ofereciam risco à população foram erradicadas. “Noventa por cento das árvores que retiramos e que caem não são da Novacap. São plantadas por terceiros com espaçamento errado, espécies que não se adaptam ao DF ou próximo a estacionamentos – o que resulta em queda e na necessidade de intervenções”, completa.
Até por isso, o órgão orienta a população a não plantar em área pública. O plantio e a manutenção da arborização devem ser feitos apenas pela Novacap. “Também é importante frisar que a população não é autorizada a fazer poda nem a contratar empresas terceirizadas para o serviço em área verde pública”, acrescenta Raimundo Silva. A Novacap não faz o recolhimento de poda, galhadas e resíduos de jardinagem que não tenham sido realizados pela companhia.
Atuação
Diariamente, as equipes circulam pelo Distrito Federal para garantir que o serviço seja feito. Nos últimos dias, a região do Sudoeste, mais especificamente as áreas verdes nas proximidades das quadras 101 e 102, contaram com a retirada de galhos que estavam atrapalhando a circulação nas ciclovias e calçadas ou adentrando as vias.
No caso de situações em área privada, o morador deve pedir autorização para a administração regional para contratar uma empresa para realizar o serviço. Na área pública, a população deve fazer a solicitação pela Ouvidoria, no número 162
A diarista Antônia Ramos, 62 anos, anda a pé na região e comemorou o serviço. “Acho legal a poda. Estava cheio de árvores baixas por aqui. Com certeza vai melhorar para quem anda por essas áreas”, ressalta.
Elaine Cristina dos Santos, 32 anos, é cabeleireira e concorda. “Costumo andar por aqui e sempre achei arborizado. Apesar de gostarmos das árvores, às vezes há necessidade da poda, porque os galhos ficam frágeis e podem causar acidentes. Então, acho muito importante”, diz.
Além das ações executadas pela Novacap, o corte ou a erradicação da árvore podem ser feitos em situações emergenciais pelo Corpo de Bombeiros ou ainda pela Neoenergia, nos casos em que a vegetação coloca em risco o fornecimento de energia.
“O Corpo de Bombeiros atua somente quando a árvore apresenta um potencial iminente de queda ameaçando algum patrimônio ou vidas, ou no caso de obstrução de vias”, afirma o capitão Fábio Bohle, do Corpo de Bombeiros.
Essas ações costumam ocorrer, principalmente, após fortes chuvas. “Como Brasília tem vários locais com arborização antiga e algumas com saúde debilitada, existe a queda de árvores em cima de veículos, casas e obstruindo as vias públicas. Nesse caso, pode ser acionado o 193”, complementa o capitão. De outubro de 2021 a fevereiro de 2022, os bombeiros atenderam 236 ocorrências relacionadas a quedas de árvores.
No caso de situações em área privada, o morador deve pedir autorização para a administração regional para contratar uma empresa para realizar o serviço. Na área pública, a população deve fazer a solicitação pela Ouvidoria, no número 162.
Fonte: Agência Brasília