“Eles já lutaram por tantos anos na vida, nada mais justo do que receber esse tipo de tratamento agora, né? É muito bom, faz a diferença”. O relato é de Ezimar Vieira dos Santos, 62, sobre o acompanhamento que a mãe, Edite Damasceno Santos, 83 anos, recebe no ambulatório de geriatria da Policlínica de Taguatinga. A aposentada comprova a importância do atendimento especializado para idosos, oferecido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na rede pública de saúde.
Na Secretaria de Saúde, o acompanhamento ao idoso começa já na Atenção Primária, onde equipes de saúde da família, juntamente com profissionais do núcleo de apoio (nutricionistas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos) cuidam de pacientes crônicos.
Também é nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que esse público pode participar de atividades em grupos, práticas integrativas e circuito multifuncional. Tudo com o objetivo de promover a saúde, diminuir o sedentarismo e aumentar a participação social.
Na Atenção Secundária, são tratados os idosos que desenvolveram quadros mais graves de condições crônicas, cujas demandas apresentam aspectos de vulnerabilidade funcionais e maior fragilidade. Dentro desse espectro, os ambulatórios de geriatria fazem o acompanhamento desses pacientes junto a uma equipe interdisciplinar, composta por profissionais como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas e fisioterapeutas.
Já nos ambulatórios de saúde funcional e nos centros especializados de reabilitação (CER), são feitos tratamentos específicos voltados para a reabilitação física dos pacientes idosos.
Tratando de um quadro que envolve hérnia de disco, osteoporose e um problema degenerativo na coluna, Edite Santos foi encaminhada há quase um ano para o ambulatório de geriatria de Taguatinga e elogia o atendimento. “Sempre recebem bem a gente. Hoje me encontrei com um fisioterapeuta para nossa primeira consulta, saí muito satisfeita”, afirma.
A filha, Ezimar, também avalia como positivos os cuidados que a mãe vem recebendo nesse período. “Tem sido muito importante o tratamento que ela iniciou aqui. Ela tem se sentido mais segura. O idoso muitas vezes se sente impotente, em todos os sentidos, mas aqui ela está sendo estimulada e foi abraçada pelos profissionais. É louvável o acesso que o GDF tem dado aos idosos na Secretaria de Saúde”, conta ela, que mora em Taguatinga Norte.
O aposentado Reynaldo Marques, 83 anos, sofreu um AVC isquêmico em 2014 e, desde então, está com o lado direito do corpo paralisado. A filha Maria de Fátima, 63, o acompanha no tratamento que é realizado pelo ambulatório de geriatria há cinco anos e é só elogios.
“Ele melhorou muito, está com a saúde perfeita. A avaliação é 100% positiva, tudo o que eu ou ele precisamos, a gente entra em contato com a médica e ela nos atende muito bem. Inclusive puxando a orelha, cobrando presença”, relata.
A referência técnica distrital (RTD) em Saúde do Idoso da Sescretaria de Saúde, Ângela Maria Sacramento, define como essencial os atendimentos especializados para idosos na rede pública. “É uma questão de respeito a quem contribuiu tanto para a sociedade. Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), olhar para um indivíduo de forma integral é olhar como sujeito, e não como doença. Conseguimos promover uma melhor qualidade de vida, com independência e autonomia”, destaca.
Mais de 300 mil idosos vivem no DF, de acordo com o último levantamento feito pela Companhia de Planejamento (Codeplan), em 2018. Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que essa população pode chegar a 565 mil pessoas em 2030.
Os dez ambulatórios de geriatria da Secretaria de Saúde funcionam em Taguatinga, Asa Norte, Planaltina, Sobradinho, Paranoá, São Sebastião, Ceilândia, Núcleo Bandeirante, Guará e Gama. Para ser encaminhado, o paciente deve ter mais de 60 anos e apresentar fragilidades como redução na força de preensão palmar, exaustão referida, lentificação na velocidade da marcha, incapacidade cognitiva, instabilidade postural e quedas, e paciente portador de cinco ou mais patologias e/ou em uso de cinco ou mais classes farmacológicas ao dia.
* Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília