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DF tem rede referência de assistência a pacientes com doenças infecciosas

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Causadas por microorganismos como bactérias, fungos, vírus, parasitas e protozoários, as doenças infecciosas quando atingem gravidade têm um percentual relevante de mortalidade em todo o país. Por esse motivo, a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população. No Distrito Federal, a rede pública conta com uma cadeia de assistência a pacientes com as patologias que começa nas unidades básicas de saúde e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin).

“O mais importante em relação ao atendimento é que as doenças infecciosas perpassam todas as áreas. Tem um conjunto de doenças em que o tratamento acontece dentro dos próprios hospitais, com os pacientes internados. Temos também tratamentos nas áreas ambulatoriais especializadas, onde temos demanda sobretudo de pessoas com HIV, Aids e hepatites virais, mas a própria Atenção Primária consegue atender muitos casos, já que a imensa maioria tem um desfecho favorável desde que atendida nos primeiros estágios”, comenta o médico infectologista e Referência Técnica de Infectologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), José David Urbaez.

As doenças infecciosas habitualmente têm um espectro clínico de iniciarem de forma leve, mas se não forem tomadas as devidas providências, elas evoluem e se tornam casos graves. Alguns componentes também são importantes para o desenvolvimento da doença, como a vulnerabilidade social e a imunossupressão. Segundo o médico infectologista, quadros de febre são considerados sinais de alerta para as patologias infecciosas em geral.

“Muitas delas têm uma característica fundamental que é provocar febre, que talvez seja um elemento muito orientador de tudo. Teve o sintoma, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para se fazer a abordagem semiótica e toda a parte de cuidados básicos, bem como os testes rápidos. A partir de um diagnóstico precoce rapidamente é possível tomar as atitudes cabíveis e tratar a doença”, informa.

Atendimento especializado

Há mais de dois anos, José (nome fictício) recebeu o diagnóstico de HIV. “Estava passando muito mal, com a imunidade baixa, a pele muito vermelha e fui em busca de saber o que era. Fui à UPA [unidade de pronto atendimento], fiz o exame, fui diagnosticado e me encaminharam para cá”, diz se referindo ao Cedin, local onde faz acompanhamento desde então. “Fiz mais exames aqui e uma semana depois passei a tomar o tratamento e fui melhorando”, conta.

Para o homem, ser acolhido em um espaço especializado fez toda a diferença. Seja porque conseguiu abaixar a carga viral, seja pela assistência que conta no local. “O Cedin é a melhor coisa que tem. Está salvando a minha vida de forma gratuita. Querendo ou não, é uma grande ajuda. Eu não teria como comprar os medicamentos, seria tudo muito caro. Além do medicamento e dos exames, tenho tido acompanhamento psicológico e psiquiátrico, o que é muito acolhedor”, destaca.

Atualmente, o Cedin é referência nos tratamentos para HIV/Aids, hepatites virais crônicas, tuberculose e hanseníase e também atende casos de HTLV (infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano) e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) complicadas, que não foram resolvidas na Atenção Primária.

Por não se tratar de um serviço “porta aberta”, os pacientes são encaminhados por outras áreas de atenção da SES. “Atendemos pessoas que foram diagnosticadas com esses agravos fora daqui e que precisam de um atendimento mais específico. Servimos de retaguarda para a rede”, explica a infectologista do Cedin, Denise Arakati.

A maior parte dos atendimentos no centro especializado é de pacientes com HIV. O local atende 60% dos casos em todo o Distrito Federal. “Temos em torno de 5,5 mil pacientes ativos com HIV. Também atendemos muitos casos de tuberculose resistente ou complicada, mas como eles têm alta, o número oscila bastante. A média é de 30 a 40 pacientes em acompanhamento”, acrescenta.

A infectologista destaca a importância do diagnóstico precoce. “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças, e procurar um serviço de saúde. Hoje, no Brasil, temos 100 mil pessoas com HIV que não sabemos quem são. Da mesma forma acontece com a tuberculose, detectamos de 80% a 90% dos casos, mas temos esse outro percentual que o sistema não consegue capturar. Então é importante se testar para essas doenças”, revela Denise.

04/07/2024 - DF tem rede referência de assistência a pacientes com doenças infecciosas

Fonte: Agência Brasília

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