Programação do Programa Parque Educador iniciou na terça (12)
Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno
O Parque Saburo Onoyama, em Taguatinga, foi o escolhido para dar início às atividades do semestre letivo do Programa Parque Educador. Com o objetivo de aproximar os alunos da rede pública de ensino das unidades de conservação do Distrito Federal (DF) e promover um aprendizado imersivo em meio ao Cerrado, a iniciativa já impactou mais de 15 mil estudantes desde 2018, quando foi instituída.
Por meio do programa, as unidades de conservação do DF são transformadas em imensos laboratórios abertos que promovem experiências enriquecedoras no processo de aprendizagem dos jovens.
As ações do Parque Educador planejadas para 2024 tiveram início nesta terça-feira (12). O Parque Ecológico Saburo Onoyama, em Taguatinga, recebeu os alunos do sexto e sétimo ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 25 de Ceilândia. O primeiro dia do Parque Educador para o semestre letivo acolheu 43 estudantes, sendo 25 no turno da tarde e 18 pela manhã.
O programa é fruto de uma parceria entre as secretarias de Educação e do Meio Ambiente e Proteção Animal com o Brasília Ambiental. De acordo com a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Lucia Ribeiro de Barros, o Parque Educador surgiu com o objetivo de aproximar os alunos da rede com as unidades de conservação do DF.
“A gente desenvolve o sentimento de pertencimento dos estudantes com a própria cidade e seus espaços. Além de todo o aprendizado repassado na execução do programa, é oferecido para que os alunos também despertem, quem sabe, a vontade de ser um profissional que atua e protege o meio ambiente”, afirmou a subsecretária. “O Parque Educador vai para além do ambiental cultural, é uma oportunidade para uma grande reflexão sobre possíveis carreiras, conscientização sobre proteção ambiental”, concluiu Vera.
As atividades desenvolvidas pelo Parque Educador se relacionam com a abordagem metodológica que almeja desenvolver na educação integral. Com as ações de imersão no Cerrado, os alunos podem, por exemplo, observar a natureza como fonte de aprendizagem da sustentabilidade, aprender a utilizar o movimento corporal como recurso dinâmico, mobilizador e integralizador e a transformar o cotidiano como espaço vivencial de transformação da realidade.
“Nesse contexto, as unidades de conservação onde há a execução das atividades permitem a integração de teoria e prática no que se refere à apropriação de conceitos científicos, além de representar um espaço de convivência social e cultural. De tal modo, representa oportunidade de aprendizagens, bem como a apropriação de espaços públicos que são da própria comunidade”, detalhou o especialista em Política e Planejamento da Secretaria Executiva da Sema-DF, Hugo de Carvalho Sobrinho.
O Programa Parque Educador considera o ambiente natural e social que faz parte da vida cotidiana dos estudantes. O objetivo é estimular uma reflexão sobre a sustentabilidade ambiental entre os jovens e, ao mesmo tempo, problematizar a importância desses bens naturais e sociais para um ambiente adequado e saudável.
“Esse programa é resultado de um governo que trabalha junto. Por meio do Parque Educador, nós complementamos o trabalho que é desenvolvido nas escolas. Nas unidades de conservação, eles podem vivenciar tudo na prática. Com isso, a gente aumenta o relacionamento de pertencimento dos estudantes nos parques e também proporciona boas experiências nos espaços”, defendeu o executor do programa pelo Ibram, Luiz Felipe Blanco de Alencar.
Cerrado de perto
A vivência imersiva no segundo maior bioma do país gerou boas experiências ao pequeno Tárcio Soares, 12 anos. Ele é aluno do sétimo ano do Centro de Ensino Fundamental 25 de Ceilândia e já é o segundo semestre letivo que participa do Programa Parque Educador. Questionado sobre a lembrança que mais o marcou, ele logo respondeu: “Foi muito interessante quando eu aprendi a fazer uma folha.”
“Eu guardo essa folha até hoje, de recordação. Foi um dia muito legal aqui no parque.” O garoto também elogiou as trilhas e, para ele, as atividades fora de sala de aula estimularam para o aprendizado: “Eu aprendo a cuidar do meio ambiente e as professoras ensinam bastante sobre o parque. Essas aulas aqui eu sinto que aprendo mais por causa da vivência”, completou Tárcio.
Já para a sua colega de sala, Rebeca Dias, 12, os dias com idas ao parque são os mais animados no cronograma escolar: “Eu acho muito mais divertido porque não tem aquele negócio de ficar olhando no quadro, copiando no caderno. Aqui a gente presta atenção e aprende”, disse a jovem.
As atividades do Programa no Parque Ecológico Saburo Onoyama, em Taguatinga, seguem um cronograma traçado especialmente para cada visita. “Os alunos que vêm nesta unidade de conservação passam por três momentos, que é o acolhimento inicial, a prática integrativa de saúde e a trilha interpretativa. É durante a caminhada, inclusive, que a gente apresenta os referenciais de conhecimento do parque e o que temos de Cerrado”, revelou a professora da Secretaria de Educação e educadora ambiental Luciana Carvalho.