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Dia do Merendeiro: os magos que transformam as cozinhas das escolas do DF

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Mais de 2,5 mil profissionais preparam, todos os dias, refeições saudáveis e saborosas para estudantes da rede pública

 

Gizella Rodrigues, Ícaro Henrique e Tainá Morais, Ascom/SEEDF

 

 

Diariamente, 590 mil pratos são servidos aos estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal. São receitas preparadas pelos 2.523 merendeiros e merendeiras contratados pela Secretaria de Educação do DF para trabalhar nas cozinhas das escolas da rede. Mais do que refeições nutritivas, esses profissionais transformam ingredientes simples em pratos saborosos que nutrem também a mente dos alunos.

 

Nesta segunda-feira (30) é comemorado o Dia do Merendeiro Escolar, uma data especial para reconhecer e homenagear os dedicados profissionais responsáveis por alimentar as crianças, os jovens e os adultos matriculados em escolas públicas. Este grupo de heróis desempenha um papel fundamental na educação dos estudantes, fornecendo refeições saudáveis que ajudam no desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos.

 

A alimentação escolar do DF é composta por gêneros alimentícios em sua maioria in natura ou minimamente processados, como arroz, feijão, queijo, manteiga, carnes, ovos, peixe, canjica, leite, além de frutas e verduras frescas que chegam todas as segundas diretamente das propriedades dos agricultores familiares que fornecem para o Programa de Alimentação Escolar do DF (PAE-DF).

 

Os merendeiros desempenham um papel fundamental ao garantir a qualidade e a segurança alimentar a milhares de estudantes. Suas contribuições são essenciais para promover uma alimentação saudável e adequada, além de criar um ambiente propício para o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos”, afirma a diretora de Alimentação Escolar, Juliene Moura. “Esses profissionais dedicados são responsáveis por preparar e servir as refeições diárias nas escolas, levando em consideração as diretrizes nutricionais estabelecidas no PNAE e pelos nutricionistas da SEEDF”, completa.

Talentos

 

 

Mônica Gonçalves de Almeida tem 27 anos e trabalha como merendeira escolar do DF há um ano. Nascida em Serra das Araras (MG), sua relação com a cozinheira começou cedo, aos 13 anos de idade. A inspiração e talento veio da mãe Anilça Gonçalves dos Santos, de 66 anos, que também era merendeira de escola pública.

 

Minha história na cozinha começa na infância, eu amava a galinhada que minha mãe fazia e sempre tive vontade de fazer. Com o tempo fui aprendendo o básico e depois trabalhei em restaurantes e quando percebi já estava completamente envolvida com a culinária”, explica Mônica, merendeira no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 306, Asa Norte.

 

Os passos pela cozinha e a paixão pela culinária acabou conquistando toda a família de Mônica e, atualmente, ela, além das cinco irmãs mais velhas, trabalham como cozinheiras na SEEDF. “A família inteira está na cozinha, até meu cunhado. Todos são merendeiros da Secretaria de Educação”, brinca.

 

Para a merendeira Denaide da Silva Batista, 39 anos, o trabalho em equipe faz toda a diferença. “A escola é a minha segunda casa, pois é onde passo a maior parte do tempo. Então procuro manter sempre uma relação de confiança e amizade com meus colegas. Aqui no CEF 306 somos três na cozinha e, antes de todo amor pela culinária, existe também parceria e companheirismo, uma ajudando a outra“, explica Denailde.

 

Na escola, a cozinheira, moradora de Planaltina, cozinha para o próprio filho, que estuda na escola que a mãe trabalha. “É gratificante cozinhar para ele, que já está acostumado com meu tempero. Sinto que trabalho mais feliz estando próxima“, revela. O pequeno Felipe de Souza Batista, de 12 anos, é aluno do 7º ano no CEF 306 Norte. “É muito bom comer a comida dela em casa e ainda melhor quando ela cozinha na escola“, lembra o garoto.

Sabor de Escola

 

Para celebrar o talento dos merendeiros do DF, a Secretaria de Educação promove, pelo segundo ano consecutivo, o concurso Sabor de Escola, que vai eleger a melhor receita da alimentação escolar do DF. Ao todo, 305 merendeiras e merendeiros se inscreveram na competição, quase o dobro de participantes do ano passado. A etapa regional já aconteceu nas 14 Coordenações Regionais de Ensino (CRE) e 28 profissionais foram selecionados para a próxima etapa do concurso: as semifinais, que acontecem em novembro.

 

É muito gratificante chegar nessa fase do concurso levando 28 competidoras para a semifinal do concurso. A gente não acreditava que seria um sucesso mesmo com um número recorde de inscritos na segunda edição. A meta agora é nos surpreender ainda mais com as semifinalistas”, conta Fernanda Matheus, coordenadora da Regional de Ensino do Guará e também organizadora do concurso.

 

Cozinheira há 15 anos na Secretaria de Educação, Rosimeire Aparecida da Silva, 53 anos, é um exemplo de criatividade quando o assunto é alimentação saudável. “A alimentação precisa ser rica e nutritiva, principalmente na escola onde as crianças passam boa parte do dia. Procuro sempre inovar, usar verduras de forma criativa e que conquiste o paladar de quem vai se alimentar”, conta Rosimeire, merendeira da Escola Classe (EC) 03 de Brazlândia.

 

 

No Sabor de Escola, a cozinheira preparou um delicioso cachorro-quente ou melhor um “hot dog especial”, uma versão saudável do lanche com cenoura triturada no lugar da salsicha. A receita também leva mussarela, cebola, salsinha e molho de tomate.

 

Filha de mineira, sempre gostei de cozinhar em casa para a família e, na escola não é diferente. O que muda é que a gente precisa sempre inovar para as crianças comerem”, diz. A cozinheira fala ainda do segredo do sucesso na cozinha. “O tempero na medida certa faz toda a diferença, mas a criatividade e o trabalho em equipe é fundamental”, diz.

Premiação

 

O concurso Sabor de Escola também incentiva o desenvolvimento profissional das merendeiras que atuam na rede pública de ensino. O primeiro colocado ganhará um prêmio no valor de R$ 9 mil, o 2º colocado, prêmio no valor de R$ 5,3 mil, o 3º colocado recebe um prêmio no valor de R$ 4,2 mil e os demais finalistas recebem um prêmio no valor de R$ 2,7 mil.

 

Além disso, os merendeiros não apenas se preocupam com a preparação das refeições, mas também com a higiene e a limpeza da cozinha, garantindo a segurança dos alimentos e a prevenção de doenças alimentares.

 

A profissão não é limitada pelo gênero: homens e mulheres têm igual habilidade e paixão pela arte de cozinhar para os estudantes. Um exemplo é o merendeiro Gabriel Gonçalves, 27 anos, que atua no Centro de Ensino Médio (CEM) 04 de Sobradinho, e contribui com essa profissão diversificada. Ele destacou a importância da igualdade de gênero e como superar estereótipos. “Eu trabalho com merenda escolar há seis anos e me sinto orgulhoso em atuar na escola onde me formei. Tudo graças a minha força de vontade e amor pela cozinha, sou muito grato“, explica Gabriel.

 

O merendeiro participou com ajudante de cozinha da etapa regional do Sabor de Escola, na regional de ensino de Sobradinho. O prato dele não foi classificado para a semifinal, mas o prêmio maior foi a aprovação dos alunos. “Fiz uma coxa de frango recheada com purê gratinado e salada tropical no acompanhamento. Minha receita não foi uma das escolhidas, mas foi acolhida aqui na escola pelos alunos. Eles adoraram, me sinto muito honrado,” conclui.

 

Graças aos merendeiros, muitos estudantes têm acesso a uma refeição de qualidade durante o período escolar. “Para muitos deles, a merenda escolar é a principal refeição do dia, o que torna ainda mais importante o trabalho desses profissionais. Eles estão constantemente empenhados em proporcionar uma alimentação saudável e saborosa, que estimule o consumo de frutas, verduras, legumes e alimentos integrais, contribuindo para a formação de bons hábitos alimentares desde a infância”, ressalta a diretora de Alimentação Escolar, Juliene Moura.

 

Os merendeiros são exemplos de profissionais que não medem esforços para garantir que as crianças e jovens tenham acesso a uma alimentação adequada, contribuindo positivamente para a saúde e o bem-estar de toda uma geração”, completa.

 

 

Fonte: Secretaria de Estado de Educação do DF

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