Com participação de autores locais, iniciativa da Escola Classe (EC )05 desperta interesse pela leitura e escrita em mais de 600 estudantes
Giordano Bazzo, Ascom/SEEDF
A Escola Classe (EC) 05 do Paranoá, referência em programas literários no Distrito Federal, realizou na sexta-feira, 25 de outubro, a culminância do projeto “Conhecendo Autores, Formando Leitores”. A iniciativa, que acontece desde 2017, reuniu cerca de 600 crianças da educação infantil e do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, em torno da literatura infantil.
O evento contou com a participação de cinco autores brasilienses – João Bosco, Mônica Damaso, Giulieny Matos, Tatiane Almeida e Ana Neila Torquato – e apresentou trabalhos dos alunos em sete estantes temáticas, explorando as obras estudadas ao longo do ano.
“As crianças têm muita dificuldade de ler, e os pais também de incentivarem a leitura, por diversos motivos”, explica Isabel Cristina Chrisostomo, vice-diretora da escola. “Por isso, a escola assume esse papel de aproximar as crianças da literatura, priorizando autores locais para que os alunos possam conhecê-los pessoalmente.”
Da dificuldade ao encantamento
O projeto tem transformado a relação dos alunos com a leitura, como demonstram três pequenos leitores do primeiro ano. Helena Rebeca da Silva Franco, 7 anos, superou suas dificuldades iniciais nas aulas de reforço e hoje é uma entusiasta dos livros. Seu colega Apolo Nauan Rodrigues de Souza, também de 7 anos, se encantou tanto com a obra ‘Lagarta Vitória’, de Giulieny Matos, que já sonha em ser escritor. ‘Eu queria escrever um livro para as pessoas nunca julgarem os outros pelas suas aparências’, declara. Completando o trio, Sophia Manuelly Rodrigues Silva, de 6 anos, que aprendeu a ler este ano, mal podia conter sua ansiedade para conhecer Mônica Alves, autora do livro ‘E Daí? Eu Sei Que Não Sou Assim’. ‘Eu quero fazer uma entrevista com ela para perguntar algumas coisas sobre os livros dela’, conta a pequena leitora.
É fundamental que as crianças percebam que o escritor é uma pessoa comum, isso desmistifica a ideia de que literatura é algo distante da realidade delas.
João Bosco Bezerra Bonfim, autor de 31 livros, dos quais três foram utilizados no projeto, destaca a importância de humanizar a figura do escritor: “É fundamental que as crianças percebam que o escritor é uma pessoa comum, que conversa, ri e tosse como qualquer um. Isso desmistifica a ideia de que literatura é algo distante da realidade delas.”
Impacto na comunidade
Para Tatiane de Pádua Resende, Coordenadora Regional, o projeto vai além do incentivo à leitura. “Quando trazemos um autor à escola, a criança deixa de ver apenas o livro e passa a se identificar com aquela pessoa, percebendo que também pode ser autora um dia”, afirma.
Mônica Alves, autora que participa de projetos semelhantes desde 2011, ressalta o retorno imediato que recebe das crianças: “Nossa função como escritores é estar na escola, participando de projetos como esse. O contato direto com os alunos resgata a autoestima deles e mostra que a literatura é um caminho possível para melhorar em todos os aspectos – na leitura, na escrita e na convivência.”