O grupo teatral Estupenda Trupe apresenta quarta (26) e quinta-feira (27), no Teatro Galpão Hugo Rodas, no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul, o espetáculo Nó na Garganta. A peça tem como tema fundamental o bullying, prática sistemática e repetitiva de atos de violência física e psicológica que atinge, principalmente, as fases da infância, da pré-adolescência e da adolescência, em geral.
As apresentações serão às 10h e às 15h e a entrada é gratuita. O Centro de Ensino Fundamental Miguel Arcanjo de São Sebastião, o Elefante Branco e o Instituto Federal de Brasília (IFB) de Samambaia são as escolas que vão assistir ao espetáculo.
Nó na Garganta retrata violências físicas e verbais cometidas em brincadeiras comuns na primeira e na segunda fase da vida e que são responsáveis por graves sequelas, que podem ser prolongadas para a vida adulta.
“Sempre fazemos um bate-papo após cada apresentação. Em Ceilândia, houve até pedidos de desculpas entre os estudantes de uma escola que estavam assistindo à peça. Alunos e professores choraram”
Alana Ferrigno, atriz
O grupo Estupenda Trupe foi contemplado com R$ 140 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para este ano, por meio da linha de fomento à manutenção de grupos e espaços. Os recursos são divididos entre 12 ações desenvolvidas atualmente pelo grupo, sendo que a peça Nó na Garganta é uma delas.
Nó na Garganta nasceu há 17 anos, quando o grupo teatral começou a estudar o tema e colher depoimentos para a montagem do espetáculo, cuja história é baseada em fatos. “Quando começamos a pesquisar sobre o bullying, em 2014, a literatura existente era toda em inglês. Hoje, temos muito material aqui”, diz o diretor do espetáculo, Tiago Vesnuto.
Além de ser baseada numa história real, a peça vem sendo atualizada ao longo dos 17 anos de apresentação. Nos últimos tempos, passou a ser abordado o cyberbullying, que é o assédio moral por meio eletrônico. “Também estudamos como se dá a construção de uma pessoa que pratica o bullying”, destacou Tiago.
A atriz Alana Ferrigno, que está no grupo teatral desde a primeira montagem de Nó na Garganta, disse que nesses anos muitos resultados positivos foram colhidos. “Sempre fazemos um bate-papo após cada apresentação. Em uma dessas oportunidades, em Ceilândia, houve até pedidos de desculpas entre os estudantes de uma escola que estavam assistindo à peça. Alunos e professores choraram”, destaca Alana.
A atriz disse, ainda, que o espetáculo trabalha o bullying não só entre jovens e crianças, mas atende também com professores e pais. “A peça mostra que é possível pedir ajuda. Nó na Garganta trata de como superar a opressão. Poder contar essa história e ajudar tantas pessoas é muito gratificante”, acrescenta a atriz Alana Ferrigno.