O artesanato do Distrito Federal está em festa. Mesmo com a pandemia restringido o mercado em boa parte deste ano, o resultado financeiro para os artesãos cadastrados na Secretaria de Turismo do Distrito Federal foi muito bom, de acordo com a coordenadora do Departamento de Artesanato da Setur-DF, Roze Mendes. “Estamos chegando a R$ 1 milhão em comercialização nas feiras deste ano, nacionais, internacionais e locais”, informou a mestre-artesã.
Para a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, este resultado representa a entrega diuturna de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde janeiro de 2019: “Essa é uma conquista de vocês, isto está sendo feito por vocês, principalmente as artesãs, mães de famílias, que alcançaram no artesanato mais que uma forma de renda, ganharam dignidade, ganharam reconhecimento”.
O administrador regional de Planaltina, parceiro da Setur na realização da Feira, destacou a excelência dos artesãos da cidade. “Temos artesãos incríveis em Planaltina. Essa feira encerrou o ano como um exemplo para incentivar nossos artesãos e proporcionar espaços para que eles possam apresentar, vender seus produtos e fazer network”, pontuou Célio Rodrigues, justificando que as feiras são ótimos espaços para isto. A secretária de Turismo lembrou que muitas obras feitas em Planaltina já estão sendo levadas para a Europa e Estados Unidos.
“Estamos chegando a R$ 1 milhão em comercialização nas feiras deste ano, nacionais, internacionais e locais”Roze Mendes, coordenadora do Departamento de Artesanato da Setur-DF
Glória Oxentale, nascida em Planaltina e residente na Flórida, nos Estados Unidos, visitou a feira e elogiou a beleza das obras e a organização. “Vim visitar a família e estou aqui apreciando essa beleza cultural. Feiras assim deveriam ser oferecidas mais frequentemente para os moradores de Planaltina. Lindo demais”, disse a turista “estrangeira”. Também moradora de Planaltina, Sandra Borges disse que a feira estava ótima. “Estou aproveitando as oportunidades que a feira está nos oferecendo. Agora mesmo estou vendo um trabalho artesanal muito bonito e chique e as bolsas que eu gosto. Apoio o governo atual e estou muito alegre e feliz de estar participando da feira”, declarou a planaltinense.
O artesão Jesuíno da Sílvia Malta, que atua na arte há 22 anos, veio da Chapada dos Veadeiros para Planaltina, estimulado pelo berço do artesanato do DF na cidade. Natural de Cavalcante (GO), ele trabalha a técnica de macetaria, utilizando como matéria-prima a madeira e cipó, de forma ecológica. Para Jesuíno, a feira estava muito bem montada e foi “uma bênção para as pessoas de Planaltina”.
A artesã Gisleia, de Sobradinho, ressaltou a importância do artesanato nas causas sociais do DF. “O artesanato mudou minha vida. Por meio dele, gero uma renda para minha família. Eu consigo aprender dentro da Oficina do Saber, dentro da Secretaria de Turismo. Isso só foi possível graças à Secretaria de Turismo e ao apoio ao artesanato de Brasília. Tenho um projeto social que se chama Tiara do Amor, são tiaras feitas de lã e a cada duas tiaras que eu vendo a receita de uma delas vai para o Hospital da Criança de Brasília, para as crianças que estão tratando o câncer”, disse a artesã.
A menina Stephane, moradora de Planaltina, de apenas 13 anos, fez sua estreia como artesã na Feira de Planaltina. “Gostei muito de participar. Sempre tive vontade de vir e achei a estrutura muito boa, com tudo muito bem organizado”, disse a artesã-mirim.
A veterana Socorro Melo, que trabalha com pedras brasileiras, também destacou a organização. “Como sempre, em todas as feiras que tenho participado, a organização é excelente. Tenho muito a agradecer à Secretaria de Turismo, porque antes não era assim”, afirmou a designer de joias.
“Estamos fechando o ano com chave de ouro. É uma grande oportunidade oferecida pela Secretaria de Turismo em todo o DF. Isso é muito bom para nossa categoria. Nós todos estamos muito agradecidos”, disse a mestre-artesã Dadá (Idalete Silva), presidente do Instituto de Assistência Social Maria do Barro.
O presidente do Conselho de Turismo de Planaltina, Aron Henrique, afirmou que a entidade está sempre buscando os caminhos que atendam os pleitos mais urgentes do trade turístico de Planaltina. Para ele, a cidade tem uma vocação natural para o artesanato como atrativo turístico. “É muita habilidade, muito talento reunido em um único local. Se as pessoas soubessem o quanto esse trabalho, que já está até sendo exportado, vale no exterior, buscariam mais artesanato para decorar suas casas e escritórios, tamanha a importância desta arte desenvolvida aqui em Planaltina. E essa feira só vem a destacar isso”, concluiu Aaron.
“Este ano, estivemos em feiras nacionais e internacionais importantes, consolidamos nossas lojas nos shoppings Pátio Brasil e Alameda, inauguramos a Casa do Artesão de Brazlândia e agora concluímos a licitação para a restauração da Casa do Artesão de Planaltina”, comemorou a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça. Ela também anunciou que o projeto desenvolvido neste final de ano em Planaltina é o piloto de uma série de feiras que ocorrerão nas regiões administrativas ao longo de 2022.
A estrutura montada no estacionamento da administração regional contou com 800 metros quadrados em área coberta, onde foram afixadas 8 tendas de dez metros cada uma. Os artesãos ocuparam estandes de cerca de 6 metros quadrados, organizados em ruas, com 40 espaços de exposição. Além disso, foi feita uma programação voltada para a população com artistas da cidade. Na terça-feira, se apresentaram Gilson Sena e Luca Rodrigues e na quarta foi a vez de Asú e Thais Henriques.
Vanessa Mendonça destacou o estímulo ao empreendedorismo e à regionalização, por meio das feiras de artesanato. “Quando levamos os eventos para as regiões administrativas, estamos reforçando a regionalismo, a preservação das culturas locais, a formação, o incentivo da mentalidade empreendedora e da capacitação. E todas essas ações fazem parte dos projetos que consolidamos e apoiamos na Secretaria de Turismo. Isso fortalece a cadeia produtiva, bem como a comercialização dos produtos artesanais que divulgam a nossa capital”, afirma a secretária.
Este ano, o artesanato de Brasília movimentou R$ 870 mil em vendas. Somente em dezembro, até agora, foram, R$ 246 mil. “Desde janeiro de 2019, abrimos 1.618 postos de trabalho pelo artesanato”, informa Vanessa Mendonça. Ela destaca que o segmento é um forte gerador de renda no DF e que famílias inteiras tiram seu sustento dessa arte manual.
“São 2.249 carteiras nacionais de artesãos emitidas em três anos”, destacou a secretária ao comemorar a média de duas qualificações diárias de artesãos, nesse período. Hoje, o DF soma 15.514 artesãos cadastrados na Setur, o que promove uma movimentação anual de cerca de R$ 160 milhões com a comercialização dos produtos em lojas, pontos de vendas e feiras, de acordo com análise por amostragem realizada pela Pdad-Codeplan.
“Também conseguimos um caminhão para o artesanato. E neste ano fechamos o mês de dezembro com mais um caminhão. Inclusive levamos 9 artesãos para Olinda (PE) com seus produtos recolhidos em suas casas e transportados para a Fenearte, que é a maior feira de artesanato da América Latina”, ressalta a Secretária de Turismo do DF. O mesmo foi feito para Belo Horizonte, na 32ª Feira Nacional do Artesanato. “Foram duas feiras nacionais ao mesmo tempo, em estados distantes daqui, mas com a Setur garantindo a infraestrutura e o transporte”, completa Vanessa Mendonça.
Outros números do artesanato do DF
– 2.249 carteiras de artesãos emitidas entre 1/1/2019 e 21/12/2021;
– 1.618 artesãos beneficiados nas ações (feiras e exposições) e lojas entre 1/1/2019 e 21/12/2021;
– 7 feiras nacionais entre 1/1/2019 e 21/12/2021;
– 91 feiras locais entre 1/1/2019 e 21/12/2021;
– R$ 2.256.700,98 em vendas entre 1/1/2019 e 21/12/2021.
*Com informações da Secretaria de Turismo
Fonte: Agência Brasília