O governador Ibaneis Rocha recebeu, nesta terça-feira (2), representantes das forças de segurança do Distrito Federal no Palácio do Buriti para marcar a formalização do reajuste salarial das categorias. A ida das corporações ao governo teve caráter de agradecimento após a assinatura da Medida Provisória da Segurança Pública e do Projeto de Lei das Carreiras, instrumentos que consolidam a recomposição destinada a policiais militares, bombeiros e policiais civis. O encontro também serviu para reforçar a postura de cooperação entre as instituições e o Executivo.
Durante a reunião, Ibaneis destacou que a conquista não encerra a agenda de reivindicações das corporações. O governador afirmou que continuará defendendo a paridade com a Polícia Federal e reconheceu que o DF enfrentou obstáculos externos durante a negociação. “Mesmo com alterações feitas pelo governo federal, conseguimos entregar um ajuste que tem peso real para as carreiras. Isso só foi possível porque houve muito trabalho e unidade”, afirmou.
Ele lembrou que a política de valorização das forças de segurança vem avançando desde o início de sua gestão. “O que fizemos nos últimos anos mostra que é possível evoluir quando existe prioridade e coordenação entre governo e corporações.”
Ibaneis também ressaltou o esforço das equipes técnicas que atuaram na construção do acordo. Segundo ele, o GDF havia apresentado uma proposta com índices superiores, mas que não recebeu aval da União. “Nossa intenção inicial era ir além, mas a proposta acabou sendo limitada. Ainda assim, o debate continua. A paridade é uma pauta legítima e vamos seguir insistindo em Brasília”, afirmou.
Estiveram no encontro a vice-governadora Celina Leão; o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha; o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar; o secretário de Economia, Daniel Izaias de Carvalho; a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Barros Habka; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Moisés Alves Barcelos; o delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho; e os deputados distritais Wellington Luiz, Hermeto e Roosevelt.
O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, disse que o reajuste sintetiza o esforço conjunto das diferentes áreas do governo. “Esse resultado não aparece de uma hora para outra. Ele nasce de cálculos, articulação e da disposição de várias equipes em garantir que o processo avance”, afirmou.
Já o presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz, destacou a persistência do Executivo ao longo das negociações. “Muita gente já não acreditava que essa recomposição sairia. O governo manteve firmeza e responsabilidade para chegar a esse desfecho”, disse.
O deputado Hermeto reforçou que o reajuste só foi possível graças ao controle fiscal do GDF: “O governo fez economia, planejou e reservou o recurso. Esse trabalho garantiu que o aumento chegasse agora.”
A recomposição segue os parâmetros definidos pelas mesas de negociação previstas na Lei nº 14.724/2023 e formalizadas nos Termos de Negociação Salarial nº 1/2025 (PCDF) e nº 2/2025 (PMDF e CBMDF). Para policiais civis, militares e bombeiros, os percentuais variam de 19,60% a 28,40%, divididos em duas parcelas, a primeira em dezembro de 2025 e a segunda em janeiro de 2026.
Os militares dos ex-territórios terão reajuste de 24,32%, também dividido nas mesmas datas. Na Polícia Civil, os índices variam de 24,43% (terceira categoria) a 27,27% (categoria especial). O auxílio-moradia de PMs e bombeiros será reajustado em 11,5% em dezembro de 2025 e mais 11,5% em janeiro de 2026.
As projeções da Secretaria de Economia mostram impacto de R$ 193 milhões no orçamento de 2025. Em 2026, com todas as parcelas incorporadas, o custo sobe para R$ 2,46 bilhões. Para 2027, o impacto previsto é de R$ 2,48 bilhões, valor que se mantém distribuído entre PMDF, CBMDF e PCDF.
No governo, a avaliação é de que a recomposição consolida mais uma etapa da política de valorização das forças de segurança. A gestão entende que o conjunto de iniciativas, que inclui reajustes, investimentos e integração operacional, contribui para os resultados apontados pelos índices de criminalidade do DF e continuará orientando as ações dos próximos anos.


