O Governo do Distrito Federal ampliou o cerco à venda de bebidas alcoólicas irregulares. Mesmo sem casos confirmados de intoxicação por metanol, a rede de fiscalização foi fortalecida em todo o DF após duas suspeitas recentes — ambas descartadas por exames toxicológicos.
As ações reúnem diferentes órgãos do governo em uma força-tarefa coordenada. Participam da operação equipes da Vigilância Sanitária, Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF), Secretaria de Economia, Polícia Civil e Polícia Militar. O objetivo é garantir que o comércio de bebidas siga as normas legais e sanitárias, protegendo o consumidor de produtos falsificados ou de origem duvidosa.
De acordo com o subsecretário da Vigilância Sanitária, Fabiano dos Anjos, a rotina de fiscalização é constante, mas o número de inspeções foi ampliado.
“O trabalho é regular e ocorre semanalmente, com prioridade para distribuidoras e bares. É essencial comprar em locais confiáveis, verificar lacres e rótulos e desconfiar de preços muito abaixo do mercado. Bebidas vendidas a granel devem ser evitadas”, orientou.
Balanço das operações
As recentes inspeções vêm apresentando resultados expressivos. Na última terça-feira (7), o Procon-DF fiscalizou 16 distribuidoras e autuou 15 por diferentes irregularidades. Embora nenhuma falsificação tenha sido constatada, houve apreensão de produtos vencidos, sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ou sem procedência comprovada.
A Operação Metanol, conduzida pelo DF Legal, também segue em andamento. Desde o último sábado (4), 102 estabelecimentos foram vistoriados, resultando em 15 notificações, sete infrações e cinco interdições.
Já a Vigilância Sanitária acumula 271 fiscalizações realizadas desde janeiro, com 61 autuações por descumprimento de normas sanitárias em diferentes regiões administrativas.
Na área tributária, a Secretaria de Economia intensificou as ações em rodovias e pontos de distribuição, onde verificou o transporte e a documentação de mercadorias. O trabalho resultou na apreensão de R$ 1,69 milhão em produtos com notas fiscais irregulares e na geração de R$ 807 mil em créditos tributários, referentes a multas e impostos.
Segundo o coordenador de Fiscalização Tributária da pasta, Silvio Nogueira, o rastreamento de notas fiscais é uma das principais ferramentas de controle. “Ao analisar uma nota, verificamos origem, destino e compatibilidade das mercadorias. Até agora, não houve apreensão de metanol, mas as ações continuarão de forma permanente para garantir a procedência dos produtos”, destacou.
Como identificar bebidas suspeitas
Os órgãos de controle reforçam que o consumidor é peça-chave para evitar a circulação de bebidas adulteradas. Denúncias podem ser feitas ao Procon-DF pelo telefone 151, pelo e-mail 151@procon.df.gov.br ou pelo formulário disponível no site do órgão.
Para evitar riscos, a orientação é redobrar a atenção com os seguintes sinais:
Preço muito abaixo do mercado;
Tampas irregulares, prensadas ou desalinhadas;
Garrafas sujas, arranhadas ou com rótulos de baixa qualidade;
Erros de ortografia ou impressão;
Ausência de informações sobre o fabricante;
Líquido com coloração ou textura anormais.
Em caso de suspeita de intoxicação, o contato deve ser feito com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), que atende 24 horas pelo telefone 0800 644 6774.
Os sintomas podem surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão, variando de náusea, tontura e dor abdominal a visão turva, sensibilidade à luz, confusão mental e, nos casos mais graves, cegueira irreversível.