A fila nos centros de radioterapia do Distrito Federal está zerada. As consultas desse tipo de atendimento para pessoas com câncer, oferecido nos hospitais de Base, Taguatinga, Universitário de Brasília – além das unidades contratadas junto à rede privada – aumentaram quase 30%. Até julho de 2021, 1.779 pacientes foram atendidos. No mesmo período do ano passado, 1.376 pessoas tiveram assistência.
A aposentada Maria Aparecida Bragança, 65 anos, foi uma dessas pacientes. Ao sentir falta de ar, cansaço e dor no corpo no ano passado, ela procurou a Unidade de Saúde Básica (UBS) do Recanto das Emas, onde mora. “Fiz exames e descobri que era câncer de pulmão. Me encaminharam para o Hospital de Base, mas, na mesma época, o centro radiológico foi inaugurado em Taguatinga. Fiz meu tratamento lá”, lembra.
Até julho de 2021, 1.779 pacientes foram atendidos nos centros de radioterapia do Distrito Federal
O Centro Radiológico do HRT completa um ano este mês e já realizou 367 tratamentos. O governo local investiu R$ 9,1 milhões no espaço, dos quais R$ 3 milhões foram usados na compra do acelerador linear. O equipamento gera uma forma de radiação por meio de corrente elétrica, direcionada para a área que precisa ser tratada – destruindo o tecido doente. “É capaz de tratar todos os tipos de câncer de maneira satisfatória”, afirma o referência técnica distrital da radioterapia no DF, Vitor Xavier.
O médico radioterapeuta explica que só foi possível acelerar os atendimentos graças ao aumento da performance de todas as unidades que ofertam a radioterapia. “Necessitamos de profissionais extremamente qualificados para que o tratamento seja realizado de maneira segura e efetiva para a população. Nossa prioridade atual é expandir o atendimento do HRT para os períodos vespertino e noturno e fazer um upgrade no equipamento. O processo aguarda liberação da Secretaria de Economia. Dessa forma, vamos conseguir atender ainda mais pacientes no DF”. informa Vitor Xavier.
Atendimento de excelência
Maria Aparecida fez cerca de 30 sessões e segue com o tratamento na rede pública da capital. “Eu só tenho a agradecer a toda equipe. Desde quem fica na portaria até os médicos e ao nosso governador Ibaneis Rocha”, destaca. “Fui muito bem atendida desde o início do procedimento. Ter essa assistência com profissionais tão dedicados faz toda diferença no resultado final”, ressalta.
O físico médico Ricardo Reis, 34 anos, faz parte da equipe do Centro de Radiologia do HRT. Além de auxiliar os médicos durante o tratamento, ele também é responsável por garantir a segurança e eficácia do equipamento e a dosagem de radiação. Ele também cuidou de Maria Aparecida e valoriza a importância de um bom atendimento.
“Conseguimos montar uma boa equipe, com valores institucionais. É muito gratificante trabalhar aqui”, comemora Ricardo. “Somos privilegiados por ter um emprego no qual somos pagos para fazer o bem ao próximo. Com o desenvolvimento tecnológico que temos aqui, é possível aumentar as chances de cura ou diminuir sintomas, desconfortos”, salienta o profissional.
Outros serviços
Esta semana, os primeiros exames feitos com o equipamento PET-CT – que gera imagens de alta definição para diagnósticos mais precisos de câncer e outras doenças – foram realizados no Hospital de Base. A unidade é a primeira e única da rede pública que tem esse equipamento. A previsão é de que na próxima semana sejam feitos mais procedimentos.
O aparelho, que pesa cinco toneladas, foi adquirido em 2013 ao custo de 1 milhão de dólares. Em 2019, ele começou a ser instalado. Já este ano, profissionais da saúde recém-contratados foram treinados para operar o equipamento sofisticado.
Em junho, após longa batalha judicial e negociação por parte do governo local, as obras da primeira unidade oncológica do DF começaram. O Hospital Oncológico Doutor Jofran Frejat está sendo erguido ao lado do Hospital da Criança, no Setor de Áreas Isoladas Norte (Sain), ao custo de R$ 99,9 milhões. O local terá capacidade de atender até 9 mil pessoas por ano. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o DF registra, anualmente, cerca de 5,5 mil casos da doença em adultos.
Fonte: Agência Brasília