Fruta mais produzida no Distrito Federal, a goiaba, atualmente, é cultivada por 123 produtores rurais atendidos pela Emater-DF na capital. Em 2021 foram produzidas 9.188 toneladas em 313,6 hectares (ha) de área rural. De acordo com dados do Relatório de Informações Agropecuárias (RIA), produzido pela empresa, a cidade de Brazlândia, incluindo o Núcleo Rural Alexandre Gusmão, é responsável por 98,69% de toda a produção, o que significa 9.188 toneladas só na região. Esses dados representam um valor bruto de produção de cerca de R$ 35 milhões.
O plantio de goiaba em Brazlândia começou entre 1960 e 1970 pela colônia japonesa vinda de Atibaia (SP). Como se trata de uma fruta de clima tropical, os pomares se desenvolveram bem em função das condições climáticas, principalmente pela altitude.
“O impacto econômico (do comércio da goiaba) se traduz em geração de renda para os produtores e emprego para os trabalhadores. Cada hectare de cultivo gera em torno de dois empregos. Assim, a goiaba gera renda para mais de 600 pessoas no DF” – Denise Fonseca, presidente da Emater-DF
Para a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, fortalecer a produção de goiaba no DF garante emprego e renda nas unidades produtivas da fruta. “Incentivar, fortalecer o setor, criar meios de comercialização e trabalhar para aumentar o consumo são questões que fazem parte do nosso atendimento. O impacto econômico se traduz em geração de renda para os produtores e emprego para os trabalhadores. Cada hectare de cultivo gera em torno de dois empregos. Assim, a goiaba gera renda para mais de 600 pessoas no DF”, avalia a dirigente.
O gerente da Emater-DF em Brazlândia, Hélio Lopes, informou que a produção de goiaba na capital sempre foi rentável, mesmo com a diminuição do lucro ao longo dos últimos anos em função da crise hídrica e agora, com a dos fertilizantes. “O cultivo de goiaba é bem atrativo para a região. Com um ano de plantado, um pé já começa com uma pequena produção. A estabilidade da produção comercial acontece a partir do quarto ano, podendo produzir por até 20 anos”, disse.
O produtor José Luiz Yamagata, 60 anos, mora em Brazlândia desde 1972, quando os pais vieram de São Paulo iniciar a produção agrícola na região. Yamagata iniciou o plantio de goiaba há 10 anos. Atualmente, é presidente da Associação Rural Cultural Alexandre Gusmão (Arcag), entidade organizadora da Feira da Goiaba, que começa nesta sexta-feira (1º de abril) e está na sétima edição. O objetivo da Feira da Goiaba é divulgar a produção da região, ser mais um meio de comercialização em período de safra e incentivar o consumo.
Assistência técnica
Os produtores rurais da Região Administrativa de Brazlândia são atendidos por dois escritórios da Emater-DF, o de Brazlândia e o de Alexandre Gusmão. Yamagata afirma que a assistência técnica prestada pela empresa tem sido fundamental para o aumento de produção, principalmente pelas orientações relacionadas aos defensivos agrícolas.
“Hoje, são poucos os defensivos registrados autorizados para uso na plantação de goiaba. Por orientação da Emater-DF, temos usado muitos defensivos orgânicos, como a calda sulfocálcica para controlar as pragas. Além disso, a Emater-DF já me ajudou a conseguir crédito rural para a compra de máquinas”, explicou José Luiz.
Fábio Harada é a terceira geração de produtores rurais e vive em Brazlândia desde 1977. Na propriedade, a família cultiva goiaba, maracujá e cajá. Ele é atendido pela Emater-DF desde a década de 80.
“No começo, a gente era atendido pelo Nakamura, do escritório de Brazlândia. A Emater sempre esteve presente com a gente. No fusquinha deles daquela época, atolando o carro na roça, mas sempre nos visitando e orientando. Os tempos mudaram, mas a Emater continua sendo a ponte para o conhecimento e novas tecnologias. Atualmente, a participação da Emater transcende o trabalho técnico. É uma parceira desde o início na construção das feiras da goiaba e do morango. A interação entre extensão rural e o produtor é muito importante para a gente”, conclui Harada.
Cultivares
Segundo o gerente da Emater-DF Hélio Lopes, as cultivares de goiaba mais conhecidas pela população do DF são a Paluma, a Tailandesa, a Cortibel e a Pedro Sato, que é a mais produzida na região. Aos poucos, estão sendo substituídas pela Tailandesa e pela Cortibel. Todas elas são indicadas para consumo in natura, sendo que a Paluma é a mais propícia para doces e geleias.
De acordo com ele, a safra da goiaba pode ser durante o ano todo, a depender da poda. Após o processo de poda, a árvore leva seis meses, no período quente, e sete no frio para produzir. “É o regime de poda que vai determinar a época de colheita. Porém, há uma concentração do fruto para colheita no mês de fevereiro e março, cuja poda foi feita no mês de agosto ou setembro, mesmo que tenha sido corte por talhões”, explica.
7ª Feira da Goiaba
A 7ª edição da Feira da Goiaba começa nesta sexta-feira (1º de abril), a partir das 18h, na Associação Rural e Cultural de Alexandre de Gusmão (Arcag), em Brazlândia. O evento celebra a época de colheita da fruta mais abundante do Distrito Federal e será realizado nos dias 1º, 2 e 3; e nos dias 7, 8, 9 e 10 de abril. Aos sábados e domingos há programações na feira entre os horários de 10h e 22h. A praça de alimentação funcionará até meia-noite.
*Com informações da Emater-DF
Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno
Fonte: Agência Brasília