O casal de produtores rurais Cláudia, 52, e Guiomar Czizeschi, 56, mora há 30 anos em uma fazenda no Núcleo Rural Tabatinga, em Planaltina. Ali, tiram seu sustento com uma lavoura variada, criação de peixes, e puderam também construir a casa para os filhos e o irmão de Guiomar. Há cinco anos, um episódio de violência abalou a família: a casa da filha Kely, vizinha a dos produtores, foi assaltada e os moradores ficaram sob a mira de revólveres.
A partir daí, a família Czizeschi reforçou a segurança da propriedade e, o melhor, estreitou o contato com o Batalhão de Policiamento Rural da Polícia Militar (BP Rural), na região de sua propriedade. “Foi um momento difícil, a minha neta estava em casa. Levaram tudo que tinha de valor na casa e ainda foi um dia de tarde”, recorda Cláudia. “Aí depois de recuperar a nossa propriedade aqui, a gente passou a conhecer os policiais do batalhão e estamos felizes de entrar no programa”, diz.
Esta semana, eles se tornaram novos moradores atendidos pelo ‘Guardião Rural’, programa de policiamento comunitário da Polícia Militar que atende toda a área de campo do DF. Uma população que só cresce: até o final de setembro, já eram em torno de 540 propriedades rurais assistidas em toda a capital. Guardiães escalados para levar segurança a áreas acessadas por estradas de terra e que, muitas vezes, apresentam sinal de celular precário.
Com a entrada no programa, os residentes no campo passam a participar de um grupo do aplicativo WhatsApp da região onde moram, sempre com a presença de um policial do batalhão. O grupo funciona 24 horas por dia para qualquer sinal de alerta. Além do mais, o proprietário recebe uma placa reflexiva, desde que cumpra alguns requisitos, como possuir a documentação da propriedade. Nela, há o aviso de que o local é monitorado pela polícia e há também um QR Code em que constam os dados de cadastro do morador e os bens da propriedade.
“Podemos dizer que os índices de crimes têm baixado na área rural. Porque hoje o atendimento é bem mais rápido. Além do que, o criminoso, quando vê a presença da polícia ali, não retorna ao local”, revela o subcomandante do batalhão, capitão Wegrison Oliveira. Ele lembra que são quatro companhias de polícia atuando no campo, divididas de acordo com a região (veja abaixo). “O contato que tínhamos com o proprietário era muito distante. Hoje, com os grupos, isso melhorou muito e se cria até um vínculo com eles. Todo mundo quer ter sua placa”, brinca o sargento Luciano Gomes, um dos guardiães que atua na área rural Leste.
Parceria com a Emater
Com o objetivo de fortalecer o programa, um acordo de cooperação técnica será assinado entre o batalhão e a Emater-DF. A empresa de assistência técnica rural calcula que atualmente são 397 mil hectares de campo em todo o Distrito Federal e vai dividir sua expertise para encorpar a segurança neste imenso território.
“Vamos contribuir apontando como é a logística na área rural, como é o melhor acesso às propriedades. Temos uma capilaridade grande nesta região, com nossos 15 escritórios espalhados pela capital”, diz o coordenador de operações da empresa, Pedro Ivo Passos. “E queremos colaborar para aumentar a sensação de segurança.”
Serviço
Batalhão de Policiamento Rural – PMDF
Telefone geral: 99985.6080
• Companhia de Policiamento Rural Leste
Atendimento: áreas rurais de Planaltina, Fercal, Rota do Cavalo (Sobradinho), Paranoá, Lago Oeste e PAD-DF
Contato: (61) 99503.4781 (WhatsApp) e 3190.7100
• Companhia de Policiamento Rural Oeste
Atendimento: áreas rurais de Brazlândia, Ceilândia e Recanto das Emas
Contato: (61) 99173.6965 (WhatsApp) e 99131.7294
• Companhia de Policiamento Rural Sul
Atendimento: áreas rurais do Gama, Santa Maria e Tororó, até as margens do Rio São Bartolomeu
Contato: (61) 99985.6080 (WhatsApp)
*Com informações do Batalhão Rural da Polícia Militar