A comitiva de servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) presente no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), tem participado de uma série de eventos em busca de soluções tecnológicas que possam ser aplicadas na administração pública.
É justamente a absorção de soluções capazes de reduzir a burocracia, modernizar e dinamizar o serviço público que o grupo tem aprendido nessa imersão nos Estados Unidos. A presença dos servidores ocorre em virtude do programa ImigraSS, iniciativa da Administração Regional de São Sebastião que ganhou o Prêmio Cidade Empreendedora do Sebrae-DF.
Gerente de Estratégia e Políticas Públicas do Sebrae-DF, Jorge Adriano Soares da Silva acredita que o empreendedorismo deve ser levado e incentivado na educação
A tecnologia em prol do pequeno e médio empresário, como grandes geradores de emprego, também foi difundida na viagem. Uma das visitas foi ao escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), onde a comitiva vislumbrou a possibilidade de promover pequenos negócios de produtos de alta qualidade, sejam cervejas artesanais, moda autoral ou arquitetura, em mercados internacionais.
Gerente de Estratégia e Políticas Públicas do Sebrae-DF, Jorge Adriano Soares da Silva acredita que o empreendedorismo deve ser levado e incentivado na educação. “Estivemos em Stanford e vimos que a universidade tem um olhar para o empreendedorismo e não tanto para a teoria acadêmica”, ele conta.
“Uma das disciplinas, chamada Startup Garage, desafia os alunos a identificar um problema que seja uma dor para muitas pessoas, levantar dados sobre essas pessoas, entender o comportamento delas e então desenvolver uma solução a partir de um negócio. Vários unicórnios – empresas que alcançam valor de mercado de um bilhão de dólares – saíram de Stanford a partir dessa cadeira e isso me fez refletir como precisamos levar o empreendedorismo para a educação”, explica.
Projeto premiado
Vencedor do Prêmio Cidade Empreendedora, o projeto ImigraSS surgiu com a ideia de traçar um perfil das pessoas que deixaram seus países e fixaram residência em São Sebastião. Ainda em 2019, o então administrador Alan Valim pediu à equipe um relatório com os principais desafios dos 100 primeiros dias de governo e o que a administração regional poderia fazer para resolvê-los.
Uma das principais questões apontadas pelo documento foi a grande quantidade de imigrantes e refugiados venezuelanos vivendo na cidade – o que, em segundo momento, se mostrou bem maior com a presença também de pessoas de outras nacionalidades, como haitianos, nigerianos e colombianos.
Iniciou-se ali um trabalho de campo com visitas às entidades que faziam esse acolhimento e em busca de tratativas para proporcionar o mínimo de dignidade a esses cidadãos – além de entender os impactos que isso traria a rede de serviços públicos de São Sebastião.
A partir daí, foram instituídas políticas públicas de inclusão desses estrangeiros com a disponibilização de vagas de emprego, cursos profissionalizantes, aulas de português, cestas básicas e convênio com a Embaixada da Venezuela para acolhimento e emissão de documentos. Já a Administração Regional de São Sebastião foi a primeira do DF a emitir autorização para empreendedores de rua estrangeiros, situação até então impossibilitada.