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Mutirão de atendimento oftalmológico já beneficiou mais de oito mil alunos

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Projeto garante consultas e óculos de grau gratuitos a crianças de escolas da rede pública de ensino do DF

Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger

 

Mais de 600 alunos da rede pública de ensino diagnosticados com algum problema de visão foram convocados para o mutirão gratuito de atendimento oftalmológico neste sábado (15), no auditório da Coordenação Regional de Ensino do Recanto das Emas. Depois de beneficiar mais de oito mil crianças, esta é a reta final da segunda edição do projeto Em um Piscar de Olhos — que faz exames oftalmológicos de graça e identifica problemas de visão em estudantes do Distrito Federal (DF).

 

 

Nesta edição, o projeto contemplou 47 escolas públicas de três regiões administrativas – Paranoá, Recanto das Emas e Planaltina – e doou aproximadamente 800 óculos de grau às crianças diagnosticadas com algum problema de vista. Nas escolas visitadas, foram triados 8.105 alunos. Deste número, em torno de 20% apresentaram problemas de refração, um total de 1.562 crianças com problemas oftalmológicos.

 

 

“O suporte do Governo do Distrito Federal é muito importante. A Secretaria de Educação define as escolas onde iremos atuar. Nós fazemos a triagem dentro dessas escolas, com aparelho moderno que não precisa nem dilatar a pupila. As crianças com algum problema são convocadas para o mutirão e aqui são consultadas por médicos especialistas. Depois, escolhem os óculos de sua preferência. Tudo de graça”, explicou o idealizador do Em um Piscar de Olhos, Leonardo Figueiredo.

 

Os alunos da educação infantil, entre o 1º e o 4º ano, foram os contemplados pelo projeto. Isso porque, de acordo com a coordenadora da Regional de Ensino de Recanto das Emas, Mariana Ayres, o diagnóstico precoce é fundamental na introdução à alfabetização.

 

“Fizemos a seleção com os estudantes da educação infantil porque a gente entende que é uma fase preparatória para a alfabetização. Se a criança tem algum problema de visão, isso afeta diretamente no seu aprendizado. Ter esses exames e os óculos de grau, gratuitos, é fantástico”, explicou a coordenadora.

 

Histórico

 

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema na visão. Com o objetivo de contribuir para a aprendizagem dessas crianças, o projeto Em um Piscar de Olhos foi criado, em 2020, pelo Instituto Desponta Brasil e conta com apoio da Secretaria de Educação.

 

 

Em três anos, o projeto cresceu e hoje está no DF e em cinco estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Santa Catarina. São mais de 30 mil crianças atendidas e a meta é chegar a 100 mil ainda neste ano.

 

Os recursos são de emenda parlamentar do ex-deputado José Gomes, que selecionou as regionais de ensino atendidas pelo projeto. Depois disso, a Secretaria de Educação e a coordenação regional definiram que escolas receberiam a ação.

 

“Nós estamos com algumas emendas parlamentares em andamento e a gente espera que, sendo liberadas, a gente dê continuidade ao andamento do projeto. Se tudo der certo, a previsão é beneficiar outras 30 mil crianças ainda neste ano”, revelou Leonardo.

 

 

Recanto das Emas

 

Entre 24 de abril e 27 de junho, foram atendidas 18 escolas do Recanto das Emas, com 3.082 crianças triadas e 609 delas com problema de refração (19,75%). Chamou a atenção o alto índice do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 801: 26,78% das 168 crianças triadas, ou seja, 45 foram identificadas com problemas oftalmológicos.

 

A autônoma Natália Nunes, 25 anos, é mãe da pequena Isabela Nunes, 5 anos. Ela conta que soube do problema de visão da filha por meio de um bilhete que a escola enviou na agenda. “Ficamos sabendo pela escola, eles mandaram um bilhete falando que ela precisaria usar óculos e que teria essa ação aqui hoje. Nós viemos e foi ótimo. Infelizmente vai precisar usar os óculos, porque está com dois graus de miopia”, disse.

 

Já o Calebe Cerqueira, 7 anos, aproveitou a oportunidade para trocar a armação dos óculos que usa desde os dois anos de idade. “Fomos comunicados que ele teria de trocar os óculos. Fizemos os exames, o grau dele diminuiu. É muito bom estar aqui com ele, receber esse benefício e poder colaborar com o futuro dele”, afirmou o pai Wellington de Oliveira Silva, autônomo de 51 anos.

 

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