Estudos científicos estimam que 85% das demandas de saúde possam ser atendidas na atenção primária. Para que essa meta seja atingida, tem sido fundamental o trabalho do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf). Atualmente, há no DF 57 unidades que atuam em conjunto com as equipes de Saúde da Família. A união dos dois programas promove atendimento personalizado a cada pessoa que busca o Sistema Único de Saúde (SUS).
“É dado um atendimento matricial a cada paciente. O médico e o enfermeiro do Saúde da Família precisam da ajuda dos Nasf para darem conta de tudo” Luciana Maciel, fisioterapeuta
Do total de unidades do Nasf, 32 são denominadas consistidas – têm suas equipes completas –, com cinco profissionais. As 25 restantes são consideradas em transição. Uma equipe que conta com todos os profissionais necessários é composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, psicólogo e fonoaudiólogo. Já as equipes em transição podem ter apenas três pessoas. Os Nasf foram criados pelo Ministério da Saúde, tendo sido descontinuados pela atual gestão federal. No entanto, estados e municípios que já mantinham o programa, como o DF, deram sequência às ações.
A fisioterapeuta Luciana Maciel, servidora da Saúde na região do Paranoá, lembra que as equipes de Saúde da Família necessitam do suporte dos Nasf para realizar o trabalho. “O Saúde da Família é a porta de entrada da pessoa no SUS”, explica. “É dado um atendimento matricial a cada paciente, no qual a pessoa é avaliada de forma global. O médico e o enfermeiro do Saúde da Família precisam da ajuda dos Nasf para darem conta de tudo”.
Por sua vez, a diretora de Estratégia Saúde da Família (ESF), Thaís Leite, destaca: “As pessoas podem ter acesso aos Nasf por meio dos centros de apoio psicossocial, pelas emergências das unidades de saúde ou pelas consultas nas UBSs. Os profissionais dos Nasf participam da discussão dos casos com os médicos”. A gestora afirma que os Nasf proporcionam equidade nos serviços prestados às pessoas em situação de maior vulnerabilidade. “O programa corrige dificuldades no acesso à saúde”.
Relação de confiança
De acordo com Luciana, os Nasf servem também para unir a comunidade e realizar ações em grupo. “As pessoas confiam tanto nas equipes de Saúde da Família que, quando acontece algum problema, como falta de água, os moradores vão pedir ajuda na UBS”, conta.
De acordo com relato dos profissionais das equipes, muitas vezes uma dor ou fratura pode significar um distúrbio psicológico ou caso de violência doméstica. Nesses casos, é fundamental o atendimento da equipe multidisciplinar dos Nasf. Os coordenadores de Saúde da Família se preparam agora para a retomada de alguns programas interrompidos durante a pandemia, como a promoção de diálogos coletivos e grupos de meditação.
Fonte: Agência Brasília