Uma campanha educativa voltada para os motociclistas está nas ruas do DF, tanto em outdoors fixados em pontos de ônibus quanto em inserções na TV e no rádio. O lema é Sobre duas rodas, a vida é um alvo fácil. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) investiu R$ 2,8 milhões nesta iniciativa com o objetivo de reduzir os acidentes de trânsito envolvendo as motos, além de alertar sobre o respeito à velocidade das vias. Ao lado do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER), a ação visa atingir esse público, considerado vulnerável pelos especialistas.
Segundo estatística do Detran, foram 47 motociclistas mortos em vias da capital até o mês de agosto. As autuações por não usar o capacete totalizaram 659 até o mês de setembro. Trata-se de uma infração gravíssima prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e que, além da multa de R$ 293, leva à suspensão do direito de dirigir e à retenção da moto. A conta engloba os números do Detran, DER e Polícia Militar (PMDF).
Diretor de Educação do Detran, Gustavo Amaral explica aonde o departamento quer chegar com a jornada: “Em primeiro lugar, queremos que o próprio motorista tenha consciência e cuidado com o menor, no caso o motociclista, porque no trânsito o maior deve proteger o menor. Depois, chamamos a atenção dos motociclistas para que eles tomem cuidados básicos, respeitem as leis e possam evitar acidentes com eles próprios, com outros veículos e pedestres”.
Mais de R$ 20 milhões em educação
Amaral descreve outras estratégias usadas na ruas como blitze educativas, em que os condutores são parados e orientados além de visita aos pontos de encontro de motociclistas que trabalham com delivery e palestras em eventos, instituições públicas e privadas, entre outras atividades. “A educação é um pilar no trânsito que, se bem seguida, reduz e pode até excluir esses acidentes que ocorrem”, frisa. Até o momento, já foram empenhados R$ 22,8 milhões do orçamento do órgão para campanhas educativas de trânsito em geral.
Zigue-zague e alta velocidade
As manobras arriscadas, a alta velocidade e a embriaguez são pontos sempre lembrados como vilões na luta para preservar vidas. “A combinação da velocidade alta com a imprudência na rodovias são sinônimos de acidentes fatais. Observamos que muitos motociclistas fazem o zigue-zague no corredor entre os veículos, não reparam o ponto cego dos outros motoristas”, cita a diretora de Educação no Trânsito do DER, Jucianne Nogueira.
O órgão, por sinal, criou um ponto de apoio ao motociclista (PAM) no início do Lago Norte, próximo ao shopping Iguatemi. “Ali, os motofretistas podem descansar, carregar seus celulares, dar uma paradinha. E é onde aproveitamos para ouvi-los e também orientá-los”, explica Jucianne. Nas blitze do DER, há, ainda, orientações sobre crianças nas motos. “Só a partir dos dez anos [é permitido o transporte de crianças] e, obviamente, de capacete”.
O departamento, lembra a diretora, teve como foco de suas campanhas este ano o Brasília Motocapital – evento tradicional que reúne os amantes de motocicletas de toda a América – e também no Maio Amarelo, mês dedicado à prevenção de acidentes. E conta com a Transitolândia, em Sobradinho, a escola vivencial do trânsito para estudantes do ensino fundamental criada pelo DER. Uma aposta na ideia de que formar bons motoristas e cidadãos começa bem cedo.