As tendas de hidratação para pacientes com dengue foram responsáveis pelo atendimento de aproximadamente 27,28% dos casos suspeitos da doença no Distrito Federal. Ao todo, reunindo os números das unidades básicas de saúde (UBSs) e dos espaços de acolhimento, 114.023 pessoas receberam assistência no período de 1º de janeiro a 13 de fevereiro, terça-feira de Carnaval.
As nove tendas do DF registraram 31.108 atendimentos desde seu primeiro dia de funcionamento, em 20 de janeiro, até a terça de Carnaval. Desse total, 8.272 pacientes precisaram de hidratação intravenosa. Até o momento, o mês de fevereiro registrou 47.736 atendimentos, tanto nas estruturas de acolhimento quanto nas UBSs.
De 1º a 19 de janeiro deste ano, antes das tendas começarem a funcionar, as UBSs registraram 25.475 atendimentos. Na época, as unidades já estavam adaptadas para o acolhimento de casos de dengue, com salas equipadas para hidratação intravenosa.
Com a instalação das tendas, o número de assistências aumentou em cerca de 60,2% – no período de 21 a 31 de janeiro, 40.812 pacientes foram atendidos. Ao todo, no primeiro mês do ano, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) acolheu 66.287 pessoas com dengue, considerando UBSs e tendas.
O Governo do Distrito Federal já anunciou que vai ampliar de nove para 20 o número de tendas de hidratação à população. As estruturas serão instaladas em Vicente Pires, Varjão, Gama, Taguatinga, Guará, Plano Piloto, Paranoá, Planaltina e Águas Claras. Ceilândia e Samambaia, que já contam com a estrutura, também serão beneficiadas com mais um espaço de acolhimento.
Assistência no feriado
Todas as tendas de hidratação do DF funcionaram normalmente durante o Carnaval. Ao longo dos quatro dias de folia, do sábado (10) até a terça (13), foi registrado um total de 4.454 atendimentos. Alguns espaços de acolhimento não observaram um aumento da demanda nas festas – Recanto das Emas, por exemplo, manteve uma média de 200 pacientes por dia. Já a estrutura montada em Samambaia registrou crescimento na procura.
“Costumamos acolher de 150 a 200 pacientes por dia. No Carnaval, o número de atendimentos diários ficou na casa dos 350 – só no sábado, prestamos assistência a aproximadamente 600 pessoas”, calculou a coordenadora da tenda de Samambaia, Leuda Rodrigues. “A gente procura orientar todo mundo sobre os cuidados com o acúmulo de água parada dentro de casa, mas alguns se mostram resistentes a mudar os hábitos.”
As tendas de acolhimento foram implementadas diante da necessidade de ampliar a assistência aos usuários com suspeita de dengue, reduzindo as chances de ocorrerem complicações e óbitos
A dona de casa Clariane Ribeiro, 29 anos, garante que toma todos os cuidados para manter seu quintal limpo, livre do mosquito da dengue. Os vizinhos, no entanto, não têm a mesma preocupação. “Aí não adianta nada… Meu filho pegou dengue e está sofrendo com febre alta e dores pelo corpo. Precisou entrar na hidratação venosa”, contou. “O atendimento aqui na tenda de Samambaia foi ótimo, fico mais tranquila de ver que ele está sendo bem-atendido”.
Estratégia de atuação
As tendas de acolhimento foram implementadas diante da necessidade de ampliar a assistência aos usuários com suspeita de dengue, reduzindo as chances de ocorrerem complicações e óbitos. No momento, as tendas estão distribuídas em nove regiões administrativas do DF: Sol Nascente, Brazlândia, Estrutural, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e Sobradinho.
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, ressalta que o GDF tem investido na oferta de atendimento rápido aos pacientes com suspeitas de dengue, com o objetivo de superar a emergência em saúde causada pela arbovirose. Para isso, é preciso que a população busque um dos locais disponíveis, já com os primeiros sintomas.
“Estamos ampliando os acessos. Precisamos que a população nos procure assim que os sinais aparecerem”, reforçou a titular da SES-DF. “Não se pode deixar o quadro agravar com dores, vômitos que não param e temperatura muito alta, esperando dias em casa antes de buscar assistência.”
As tendas funcionam diariamente, das 7h às 19h, em estruturas montadas junto às administrações regionais. Os pacientes também podem procurar atendimento nas UBSs – 60 delas funcionam com horário estendido, sendo dez abertas todos os dias, de 7h às 19h; 49 abertas aos sábados, de 7h às 12h; e 11 abertas de segunda a sexta-feira, até as 22h.
Fluxo de atendimento
As tendas de acolhimento atendem os pacientes enquadrados no quadro clínico A e B, ou seja, casos leves. As ocorrências mais graves são encaminhadas para as unidades de pronto atendimento (UPAs) ou para os hospitais.
No local, os pacientes realizam triagem, avaliação e medicação, nos casos necessários. Durante o fluxo de atendimento, casos suspeitos realizam testes rápidos de dengue, cujos resultados duram de 15 a 25 minutos. A medicação e a hidratação intravenosa podem durar até 40 minutos.
Confira o endereço de cada uma das tendas de acolhimento disponíveis no momento:
⇒ Brazlândia – Setor Tradicional, Quadra 16
⇒ Ceilândia – QNM 13, Módulo B
⇒ Estrutural – Setor Central, Área Especial 5
⇒ Recanto das Emas – Av. Recanto das Emas, Quadra 300
⇒ Samambaia – Quadra 302, Conjunto 13, Lote 5 (Centro Urbano)
⇒ Santa Maria – Quadra Central 1, Conjunto H, Lote 1
⇒ São Sebastião – Quadra 101, Conjunto 8
⇒ Sobradinho – Quadra Central, Setor Administrativo, Lote A
⇒ Sol Nascente/Pôr do Sol – SHSN VC 311, Trecho II.
Fonte: Agência Brasília