A monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, ganhou ainda mais destaque na saúde pública do DF após a confirmação de uma pessoa infectada com o vírus. A equipe da Vigilância Epidemiológica monitora o caso e outros quatro suspeitos. Todos em isolamento domiciliar.
A doença não tem, na maioria dos casos, consequências graves. No entanto, o melhor caminho é o esclarecimento e a prevenção. Para tirar dúvidas, a Agência Brasília preparou uma série de perguntas e respostas, confira:
O que é a monkeypox?
É uma zoonose, isto é, uma doença de origem animal transmitida para humanos. Trata-se de um vírus infectocontagioso.
O período de incubação do vírus é em média de 5 a 21 dias, com a transmissibilidade sendo do início dos sintomas até o desaparecimento das lesões na pele
Por que a doença é chamada de varíola dos macacos?
O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958, quando pesquisadores investigavam surto infeccioso em macacos africanos que estavam sendo estudados na Dinamarca, segundo informações do Instituto Oswaldo Cruz.
Como é transmitida?
A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A transmissão de pessoa para pessoa está ocorrendo entre pessoas em contato físico próximo com casos sintomáticos.
A infecção ainda se dá a partir do contato com superfície ou objetos recentemente contaminados. O vírus da monkeypox sobrevive por até 90 horas em superfícies.
Por quanto tempo uma pessoa pode transmitir a doença?
O período de incubação do vírus é em média de 5 a 21 dias, com a transmissibilidade sendo do início dos sintomas até o desaparecimento das lesões na pele.
Como se prevenir?
É recomendado evitar contato com pessoas com diagnóstico positivo e higienizar bem as mãos.
Não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Entretanto, esses itens poderão ser reutilizados após higienização com detergente comum.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas são erupções na pele e alteração da temperatura corporal acima de 37,5º Celsius. A pessoa também pode ter dor no corpo, na cabeça e na garganta. O período febril tem duração de cerca de cinco dias. Conforme a febre reduz, as lesões na pele começam a aparecer.
Inicialmente, é uma lesão avermelhada, que se eleva e vira uma bolha com presença de líquido incolor, que com o passar dos dias fica com o tom mais amarelado e evolui para um processo de cicatrização, virando uma crosta, que depois se rompe da pele.
Qual é o tempo dos sintomas?
As lesões na pele duram de duas a quatro semanas. Casos graves ocorrem com mais frequência entre crianças e pessoas imunossuprimidas e estão relacionados ao estado de saúde do paciente e à natureza das complicações.
Qual a aparências das lesões?
As lesões na pele são bem características, podem parecer com as manchas de catapora e de sífilis. O diagnóstico deve ser laboratorial. O diretor da Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos, destaca que apenas a presença da lesão não permite um diagnóstico definitivo, tanto para descarte quanto para confirmação do caso.
As lesões ficam para sempre?
Cicatrizes ou áreas de hipocromia ou hipercromia podem permanecer após a queda das crostas. Uma vez que todas as crostas caíram, a pessoa com monkeypox não é mais contagiosa.
Os óbitos são eventos raros nessa doença. De acordo com o epidemiologista Fabiano dos Anjos, os estudos hoje disponíveis apontam casos registrados em países africanos
As lesões provocam dor?
As erupções são inflamações na pele, sendo possível sentir dores localizadas nas lesões. Além disso, a doença pode provocar inicialmente dor muscular, de cabeça e de garganta.
Quais são os locais mais comuns de aparecimento das lesões?
É uma doença de lesões com característica centrífuga. Isso significa que as erupções não se localizam no centro no corpo, mas nas extremidades. É comum que apareçam na face, nos membros inferiores e superiores e nas regiões genitais.
Também é possível tê-las dentro da boca e até mesmo serem confundidas com aftas.
Como é feito o tratamento?
Não há tratamento específico para a monkeypox. O manejo clínico deve incluir o tratamento sintomático e de suporte, manejo de complicações e prevenção de sequelas a longo prazo.
Os pacientes devem receber líquidos e alimentos para manter o estado nutricional adequado e devem ser orientados a manter as lesões cutâneas limpas e secas. É importante que a pessoa não tente furar nem cutucar a bolha.
Qual é o grau de letalidade da doença?
Os óbitos são eventos raros nessa doença. De acordo com o epidemiologista Fabiano dos Anjos, os estudos hoje disponíveis apontam casos registrados em países africanos.
Como é feita a comprovação de infecção por monkeypox?
Atualmente, há apenas um laboratório em todo o Brasil habilitado para fazer o diagnóstico da doença. Até o momento, não há teste específico nem na rede pública nem privada. Quando uma pessoa apresenta os sintomas, os serviços de saúde precisam comunicar imediatamente a Vigilância Epidemiológica. Amostras de material biológico das lesões são coletadas para encaminhamento ao laboratório de referência.
Há algum perfil de maior risco?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a monkeypox não tem associação a nenhum grupo específico e pode atingir qualquer pessoa. Porém o público principal que apresenta maior risco de contaminação é formado por profissionais de saúde. Pessoas que, em viagem internacional, tiveram algum tipo de contato íntimo com habitantes de países que registraram surto também podem estar mais suscetíveis à contaminação.
Caso uma pessoa apresente os sintomas, é necessário procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação de um profissional da área.
Qual a situação do monkeypox no DF?
Até o momento, a Secretaria de Saúde notificou o Ministério da Saúde sobre quatro casos suspeitos e um confirmado de infecção por monkeypox no Distrito Federal.
Todos são do sexo masculino, três têm idade entre 20 e 39 anos e um é adolescente. Eles permanecem isolados e aguardam resultados laboratoriais para confirmação ou descarte do caso.
Onde ir em caso de suspeita?
Além das unidades de atenção básica (UBSs), as unidades de pronto atendimento (UPAs) estão prontas para receber pacientes com suspeita de monkeypox. A rede está uniformizada quanto ao alerta para novos casos.
Antes mesmo da confirmação da doença, a Secretaria de Saúde preparou nota técnica orientado os profissionais a como prosseguir em possível caso de monkeypox. O documento pode ser lido na íntegra neste link.
A secretaria também monitora os casos suspeitos. Saiba como é feito esse acompanhamento neste link.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília