Neste domingo de carnaval, a tradicional escola de samba da Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc) reuniu mais de 1.500 pessoas e as vozes ecoaram em um único cântico os sambas-enredo que fizeram história no Brasil.
As mãos incansáveis e saudosas pelos anos parados da bateria da associação tocavam sem parar e animaram os foliões. E esse sentimento de nostalgia, que voltou para a realidade do carnaval seguro, com vacina, também foi ressaltado pelo presidente da Aruc, Rafael Fernandes.
“A gente tá voltando pra época que gostamos. E o dia de hoje é um esquenta para o desfile de abril. Se Deus quiser, vamos ter o retorno do nosso troféu, o 32º”, conta o presidente da Aruc, que na história do Distrito Federal, é a escola que mais levou títulos de campeã.
Símbolo da Aruc, a águia azul e branca foi alvo de muitas fotos, mas teve espaço para todos. Como no registro feito por Dani Maia, que é moradora do Cruzeiro e conta porque o samba está no sangue de todo o cruzeirense. “Essa é a nossa base, é daqui que viemos. A nossa história com a construção de Brasília veio também com o samba, com o Rio de Janeiro”. Dani ainda comenta sua emoção com o retorno do carnaval. “Olha, eu simplesmente tô encantada, porque amo o carnaval”.
Madrinha da escola de samba, Gisele Araújo, que é a primeira da família a seguir os passos do samba, disse como foi o processo para compor sua fantasia. “É bem árduo e lento, porque requer muita pedraria. Normalmente, a gente começa uns dois meses antes. É muito trabalhoso, muitas provas. Uma hora fica bom e outra hora não fica, mas o resultado final sempre vale a pena”, celebra a madrinha.
O Governo do Distrito Federal tem sido um grande incentivador dessa grande festa, por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), como ressalta o administrador da cidade, Gustavo Aires. “A Aruc é a cara de Brasília, do DF. E ela mantém viva a tradição da boa música e sem falar de seu trabalho social, que já transformou milhares de vidas”, agradece Aires.
Fundada em 1961, o amor pela Aruc passa de geração em geração, como diz Jasmine Tremendani, primeira porta-bandeira da escola. “Minha família encontrou muitos cariocas no Cruzeiro. Daí o samba veio junto e a Aruc foi fundada assim. Sempre exercemos alguma função e a nossa história é totalmente voltada pra essa construção de gerações”.
*Com informações da Administração Regional do Cruzeiro
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