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No Rio, jovens de baixa renda terão aulas de cinema e audiovisual

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A instituição sociocultural Cinema Nosso, que há 20 anos forma gratuitamente jovens periféricos no audiovisual e em novas tecnologias, está com inscrições abertas para formação em cinema por meio do Projeto Ginga – Inovar para Transformar, que objetiva fortalecer a cultura de respeito aos direitos humanos.

Podem participar jovens que estão fora da escola e do mercado de trabalho, na faixa etária de 18 a 29 anos, dos municípios de Itaboraí, Macaé e Duque de Caxias. As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de maio, pelo site www.cinemanosso.org.br.

A coordenadora de projetos de juventude do Cinema Nosso, Gabriela Gonçalves, disse à Agência Brasil que se trata de jovens que precisam de oportunidades para se inserir na área do audiovisual.

Gabriela destacou, no entanto, que o curso terá vagas também para pessoas de até 40 anos de idade, “que não tiveram muitas oportunidades de ter uma formação artística, de entender o audiovisual, o cinema, de uma outra forma. É uma maneira de tentar buscar a pessoa para a profissionalização nessa área”. O único pré-requisito é que sejam moradores de um dos três municípios: Itaboraí, Macaé e Duque de Caxias, “e que não têm como pagar um curso como esse”.

De acordo com a pesquisa global de Entretenimento e Mídia da PwC, uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo, o mercado de mídia e entretenimento no Brasil deve crescer 4,7% até 2025. Daí o motivo de a formação em audiovisual aparecer como uma boa opção de carreira, embora isso ainda represente um investimento elevado ao qual nem todas as pessoas têm acesso.

O Projeto Ginga vem facilitar a formação em cinema, de forma gratuita e híbrida, incluindo aulas práticas em um set de filmagem, bem como a realização de dois filmes por turma até o final do projeto.

Bolsa-auxílio

Gabriela Gonçalves informou que ao longo da formação, os estudantes aprenderão técnicas de roteiro, direção, fotografia, som, direção de arte, produção e pós-produção, além de emergirem em uma maratona de filmagem de seus projetos de curta-metragem. “Queremos potencializar as narrativas e as histórias que esses jovens têm para contar, mostrando que é possível fazer audiovisual e atuar profissionalmente na área.” 

Junto ao programa de formação, ocorrerão aulas de gestão de carreira, para que os alunos possam refletir sobre seus objetivos de vida.

Os estudantes vão receber uma bolsa-auxílio internet durante quatro meses da formação. A bolsa-auxílio tem valor de R$ 100,00 por mês. Ganharão a bolsa-auxílio, contudo, somente os alunos que tiverem assiduidade no curso. As aulas começarão ainda no mês de maio e terão duração até novembro. “É uma forma de ajudar as pessoas a assistirem as aulas ‘online’, de estarem conectadas com a formação”, disse Gabriela.

A coordenadora explicou que por meio de parcerias e dos próprios educadores do projeto Ginga, o Cinema Nosso ajuda na formação profissional e de postura dos alunos, fazendo indicações para oportunidades que surjam ao longo do processo. “As conexões vêm”. Deixou claro, entretanto, que não há como assegurar que todos terão um trabalho na área. Vai depender também do empenho e esforço de cada um. “A gente quer cada vez mais fazer parcerias e conseguir inserir no espaço a maior parte dos alunos.”

Projeto Ginga

O Projeto Ginga – Inovar para Transformar é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e tem apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

O Cinema Nosso é uma instituição sociocultural, com sede no Rio de Janeiro, que trabalha há 20 anos com juventudes, educação e audiovisual. Foi fundado em 2000, por sete jovens de origem popular que enxergaram, na época, uma ausência de identidade no mercado audiovisual a partir do filme Cidade de Deus.

Hoje, a instituição é um centro de inovação e tecnologia que oferece vários projetos para infância e juventude, acompanhados de um projeto de vida ou carreira, de modo a ajudar no desenvolvimento sócio emocional dos jovens.

Reconhecida como uma das maiores escolas populares de audiovisual da América Latina, com mais de 10 mil jovens formados em seus cursos, o Cinema Nosso acumula vários prêmios, entre os quais o 11th China Internacional Children’s e o Prêmio Itaú-Unicef. 

Fonte: Agência Brasil

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