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Coluna – Criação da Série E do Brasileiro resolveria vários problemas

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Ronan Carlos Meira Ramirez
Ronan Carlos Meira Ramirez
Ronan Carlos é jornalista, diretor do 61notícias e apresentador do canal 61podcast no YouTube, com mais de meio milhões de inscritos. Em 1997, estreou na tv como publicitário fazendo várias participações em programas de tv anunciando empresas e marcas com relevância nacional e internacional. Em 2022, lançou o livro sabores da vida uma autobiografia de sua história de vida e superação.

A falta de calendário anual é uma reclamação constante de diversos clubes de futebol espalhados pelo Brasil. A situação é tão constrangedora e aflitiva que, após os Estaduais, dezenas de times fecham as portas no segundo semestre de cada ano. Vários jogadores, treinadores, preparadores físicos e de goleiros, massagistas, roupeiros, entre outros profissionais, ficam desempregados. No máximo, algumas equipes deixam apenas as categorias de base ativas. Chegou a hora de os dirigentes que comandam a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), através do departamento de competições, acabarem com esse pesadelo e criarem a Série E do Campeonato Brasileiro.

As competições nacionais atuais deixam de fora vários clubes de tradição de todo Brasil. Na Série A, ou Primeira Divisão, temos 20 participantes. O mesmo acontece nas Série B e C, com 20 equipes em cada uma. São 60 times nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro, com mais 64 correndo atrás do título da Série D, ou Quarta e última divisão.

Acontece que, apesar de termos 124 clubes participando das quatro divisões do futebol brasileiro, temos outras dezenas de equipes que também gostariam de ter calendário anual. E a nova competição poderia abrir a possibilidade de os interessados se inscreverem na entidade. A CBF criaria a competição, que poderia ser regionalizada para ficar mais viável e rentável, colocando em prática a Série E do Campeonato Brasileiro, e analisaria os pedidos de inscrição respeitando o ranking nacional de clubes.

Vamos pegar como exemplo o futebol paulista, onde temos os estaduais mais concorridos e rentáveis de todo o Brasil. No Paulistão, ou seja, na Primeira Divisão, dos 16 clubes participantes, apenas o Água Santa, da cidade de Diadema, não disputa nenhuma divisão do Brasileiro. E gostaria de disputar. Tem estádio, estrutura, trabalha bem nas categorias de base e adoraria ser convidado para participar da Série E do Brasileiro.

Porém, essa situação não fica restrita ao Água Santa, provavelmente um clube desconhecido do grande público. Vamos falar da tradicional Portuguesa, a Lusa do Canindé, vice-campeã brasileira de 96, que fica na capital de São Paulo. Ou até mesmo do também tradicional Juventus, da Mooca. A dupla está sem calendário nacional. O mesmo se aplica ao São Caetano, que já foi vice-campeão da Libertadores. Tem ainda o Paulista, de Jundiaí, que já foi campeão da Copa do Brasil. Sem contar XV de Piracicaba, São Bento, São José, Marília, Noroeste e Comercial, de Ribeirão Preto, entre outros.

A falta de calendário nacional não fica restrita ao futebol paulista, onde geralmente nas quatro divisões dos seus estaduais temos a participação de quase 90 clubes. Podemos espalhar essa situação para outros estados. Por exemplo, em Minais Gerais o Boa Esporte, de Varginha, e o Uberlândia, entre outros clubes de muita tradição, estão sem calendário nacional em 2022.

Em Santa Catarina, o Joinville, que fez brilhante Série D em 2021 (chegando à reta final da competição), neste ano não tem calendário nacional, e gostaria de estar em ação no segundo semestre. Da mesma forma que equipes como o Gama, do Distrito Federal, o Luverdense, do Mato Grosso, o Treze, da Paraíba, e o Imperatriz, do Maranhão.

No Rio de Janeiro outros bons exemplos de clubes sem calendário anual existem aos montes, como os tradicionais Bangu e América, que certamente gostariam de disputar a Série E do Campeonato Brasileiro e festejariam não fecharem as portas no segundo semestre. O mesmo se aplica a Boavista, Madureira, Audax Rio, Resende, que, se consultados, provavelmente também teriam interesse na competição.

O certo é que a falta de um calendário anual para diversos clubes do futebol brasileiro resulta em perdas financeiras. Além disso, deixa vários jogadores e outros profissionais que vivem do futebol desempregados, com vários estádios inativos e muitas vezes sem eventos esportivos em muitas cidades. Os times, claro, têm interesse na criação da Série E do Campeonato Brasileiro.

A CBF conhece o assunto a fundo e esboçou, em um passado recente, a possibilidade de organizar uma nova competição nacional. Porém, as providências não foram tomadas e tudo caiu no esquecimento, principalmente após a chegada da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Que o tema da Série E do Campeonato Brasileiro volte à tona, com os clubes reivindicando novos estudos, e a competição saia do papel o quanto antes. O futebol agradece, principalmente por parte das torcidas que passam a maior parte do ano sem comparecerem aos estádios para curtirem seus times do coração.

Fonte: Agência Brasil

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