O governador Ronaldo Caiado acompanhou, na manhã deste sábado (21/08), equipes da Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialistas que estudam estratégias para recolocar a Pedra Goiana em seu local de origem. O monumento natural, com peso estimado de 25 toneladas, fica no Parque Estadual da Serra Dourada, em Mossâmedes. A rocha foi tombada em 1965 por adolescentes com uso de um macaco hidráulico.
O grupo realizou uma verdadeira expedição a pé até a região, onde a rocha está caída à beira da elevação natural que a sustentou durante muitos séculos. O desafio é recolocá-la sobre duas pedras menores, com o equilíbrio que a própria natureza tornou possível um dia. “Vamos devolvê-la ao povo goiano, para que as pessoas apreciem essa beleza natural da nossa Serra Dourada”, assegurou Caiado, que apoia o projeto.
Para o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, que articulou a parceria entre o Governo de Goiás e a UFG, a ação é de importância ímpar para o estado. “A recolocação da Pedra Goiana representará um resgate histórico da nossa cultura e, em especial, das cidades de Goiás e Mossâmedes”, frisou.
A rocha está na Reserva Biológica Professor José Angelo Rizzo, área que pertence à UFG. “Já tem cerca de 10 anos que temos buscado parceiros para fazer o deslocamento da rocha. Nossa equipe está empenhada na operação, que depende de recurso, equipamento pesado, todo um maquinário”, disse o reitor da universidade, Edward Madureira. Ele explicou que trata-se de uma operação multidisciplinar, com a participação de geólogos, engenheiros e biólogos.
O professor da UFG e engenheiro civil Enio Pazini Figueiredo classificou a missão como uma “odisseia” que demanda tempo, especialmente por se tratar de uma rocha pertencente a uma reserva. “O principal ponto que dificulta é que está numa área de preservação. Temos que ter um cuidado muito grande. A própria rocha é toda estratificada. Ao movimentá-la, existe uma preocupação, inclusive, de não causar danos maiores”, detalhou.
Parcerias
O projeto tem também a contribuição da Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio do Campus Cora Coralina, localizado na cidade de Goiás. O geólogo e professor Pedro Vieira acompanhou a comitiva durante a visita técnica. A intenção é que ele e a instituição trabalhem na restauração do espaço com o conhecimento da região e dando apoio à iniciativa na parte ambiental.
A César Transportes, empresa especializada na movimentação de cargas, também acompanhou a vistoria técnica do local neste sábado. O engenheiro Mário César de Paiva explicou que a parte operacional requer equipamentos específicos, uma vez que a Pedra Goiana está em uma área de difícil acesso. Ação tão complexa quanto necessária para resgatar esse monumento natural. “É um patrimônio histórico. O que essa operação vai custar é desprezível perto do valor que ele tem”, disse.
Segundo a vice-reitora da UFG, Sandramara Chaves, recolocar a Pedra Goiana em seu local original é o primeiro dos vários planos que a universidade tem para a região. O objetivo é que a reserva biológica receba algumas estruturas de atendimento ao turista, como museu, observatório e até teleférico. “Tudo isso está em estudo para que a gente consiga valorizar a história da região e preservar o que faz parte da cultura do povo goiano”, salientou.
Presidente do Sindicato da Indústria Extrativa do Estado de Goiás, Luiz Antônio Vessani chamou a atenção para união de esforços em prol do projeto. “Não é uma coisa partidária, não é política, é cultural. A mineração está se colocando disposta a contribuir”, comentou. Ele já participou de reuniões junto ao governador para tratar do assunto e, neste sábado, integrou a comitiva que foi até a reserva biológica. Também participou da vistoria o chefe de gabinete do governador, Alex Godinho.
Foto: Hegon Corrêa
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás
Fonte: Portal Goiás