O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, representou o Maranhão durante a Conferência Internacional “A Pandemia não é apenas um Evento Viral”, promovida pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). Com abertura nesta segunda-feira (26), o evento reuniu 14 palestrantes para compartilhar experiências e pesquisas de enfrentamento ao coronavírus e ações de valorização das ciências sociais e humanas na pandemia.
“Temos a menor taxa de mortalidade do Brasil, indicadores estes que conseguem ser melhores do que países que compõem a União Europeia e isso se deve, sobretudo, por termos considerado, desde o primeiro momento, que o que vivíamos era algo grave”, afirmou o secretário Carlos Lula.
Com transmissão virtual, a Conferência foi uma oportunidade para aprofundar o debate interdisciplinar e influenciar políticas públicas intersetoriais para cooperação intersetorial entre profissionais, gestores e cientistas na busca por fortalecer as respostas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre os principais pontos elencados pelo gestor de saúde do Maranhão como impactos decorrentes da pandemia na realidade brasileira, está o aumento da assistência em saúde mental aos profissionais da rede pública, resultante do alto nível de estresse ao qual foram expostos repetidamente; a suspensão da realização de cirurgias, da oferta de serviços ambulatoriais e o tempo prolongado de escolas fechadas; a ambiguidade de discursos por parte da gestão federal em dar respostas rápidas contra a doença; e a relutância de parte da população em acatar as orientações sanitárias exigidas.
Em sua explanação sobre “Os desafios futuros para a Covid-19”, o chefe do Programa de Emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mike Ryan, falou sobre como a Saúde deve ser prioridade para os países no pós-pandemia. “É uma discussão muito importante que a sociedade precisa fazer, sobretudo com os políticos. A Saúde não é um gasto, mas um investimento. Pensando dessa forma, podemos não só evitar o pior resultado, mas também construir um futuro”, disse.
A conferência acontece até esta terça-feira (27). Com o tema “Governos em resposta à pandemia”, a programação desta segunda-feira contou com a contribuição da professora da Prática de Política e Economia de Saúde Global no Departamento de Saúde Global e População da Harvard T.H. Chan School of Public Health, Winnie Yip; da especialista em Medicina de Saúde Pública e diretora do Departamento do Centro SAMRC para Economia da Saúde e Ciência da Decisão, Susan Goldstein; do professor assistente em Medicina de Emergência na Harvard Medical School e no Beth Israel Deaconess Medical Center, Satchit Balsari; e da professora da Escola de Saúde Pública da Universidad Peruana Cayetano Heredia (UPCH) em Lima, Peru, Patricia Jannet García Funegra.
Também foram discutidos outros temas como “Impacto de longo prazo da pandemia” e “Mortalidade por Raça e Covid-19 nos EUA e no Reino Unido”. Nesta terça-feira (27), os participantes debaterão assuntos como “Meio Ambiente e a Pandemia”, “Impactos da pandemia: hesitação vacinal, ideologia, política e Covid-19”, “Covid-19 na América Latina” e “Impactos da pandemia na América Latina”.